Olhos fechados, por Adelvair David

 
Qualquer que seja a visão que se tenha da vida, ela deve ultrapassar a barreira dos interesses e expandir-se permitindo o olhar além do próprio umbigo.
O homem do mundo, aquele que somente vive para a satisfação dos seus desejos menores, ou seja, de tudo que lhe permita fruir sensações em detrimento do sentimento, experimenta os naturais efeitos da frustração e da apatia, podendo desembarcar na depressão ou em outra patologia emocional de ordem inferior.
Jesus chamou quem assim procede de "olhos fechados", quando disse: "que vejam aqueles que tem olhos de ver", anunciando que a boa visão da vida não é somente aquela aponta onde estão os lucros materiais, as vantagens pessoais, mas sim, a que propicia melhor conhecimento de si mesmo e no desejo de auxiliar o semelhante em suas necessidades.
O desconhecimento dos próprios limites, das virtudes e defeitos, constituem os olhos fechados que, sem generalizar o conceito, é para muitos o grande responsável pela falta de razão de viver, levando corações a desejarem fugir da vida, optando pelo suicídio. Quando a visão da vida é estreita, limitante, não oferece saída e tão pouco condições para que se possa prosseguir nas provações ou em grandes desafios.
O homem não é somente um corpo, e sim um espírito que tem um corpo, transitando temporariamente no mundo das formas grosseiras. Necessário que se espiritualize e que se inteire das necessidades do espírito. O amor incondicional, a caridade, a bondade é provisão no próprio coração, de onde retirará a visão ampliada que lhe permitirá fazer todo o bem para a sua vida e para a vida dos outros, crescendo assim como homem e como espírito eterno que é preparando a própria angelitude.
É preciso deixar o orgulho e pairar acima do império das ilusões, aceitando a realidade sem revolta, mesmo nas dificuldades, confiando em Deus e fazendo o melhor para prosseguir progredindo espiritualmente.
OLHOS FECHADOS É DOR PREVISÍVEL, OLHOS ABERTOS É FORÇA PARA CRESCER.

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