Horário de verão sinaliza economia e qualidade de vida

*Marco Antonio Villela de Abreu, diretor de Operações da Distribuição, CPFL Energia
         
O Horário de Verão começa a meia-noite de sábado, dia 18 de outubro, ou seja à zero hora de domingo os relógios devem ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Distrito Federal. O Horário de Verão está incorporado à cultura das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e o brasileiro já se acostumou com essa medida que vem sendo adotada desde 1985. No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, foi reeditado por mais dois anos, ficando sem utilização até o ano de 1949.  A partir daí, mais quatro edições foram lançadas. Na década de 60, vigorou por cinco anos subsequentes – de 1963 a 1968. A sociedade brasileira passou a conviver rotineiramente com o horário especial a partir de 1985. Com a 44a edição deste ano, o Brasil registra a 33a aplicação consecutiva da medida.
 A adoção do horário especial durante o verão atende a necessidade conjuntural de oferta de energia elétrica, contribuindo para otimização da capacidade de fornecimento do sistema elétrico do país, e também a expectativa da população que já se conscientizou que é uma boa oportunidade para investir na melhoria da qualidade de vida. Isso se deve ao tempo maior de luz natural que propicia mais tempo para atividades físicas ao ar livre e lazer. A medida tem como objetivo principal a redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta, que se estende, normalmente, das 18 às 21 horas. O fato de se adiantar os relógios em uma hora contribui para poupar o sistema elétrico de riscos desnecessários como, por exemplo, o de sobrecarga. O ganho mais importante consiste na diminuição do carregamento de energia nas linhas de transmissão e subestações no período do dia em que se tem o maior consumo.
 É nesse momento que o sistema atinge o seu pico de carga, ou seja: todos aumentam o consumo de energia ao mesmo tempo. Nesse período, entra em funcionamento o serviço de iluminação pública nas cidades, são acionados luminosos comerciais e aumenta o consumo de energia elétrica nas residências, pela maior utilização de chuveiros e aparelhos como ar condicionado. Com o Horário de Verão, há um deslocamento nos horários em que o consumidor faz uso da energia elétrica, pela mudança de hábitos na população e pela entrada tardia da Iluminação Pública no sistema. Em vez de acionar os eletrodomésticos em casa, uma parcela substancial da população opta pelo lazer ao ar livre, porque a iluminação natural perdura por mais uma hora, sinalizando um aumento na qualidade de vida.
 Além desse efeito há ainda, é claro uma benéfica queda no consumo, ou economia de energia. A CPFL Paulista estima uma redução da ordem de 0,46% no consumo de energia elétrica nas 234 cidades de sua área de atuação. Essa economia de consumo alcançará 52.230 MWh, volume suficiente para atender uma cidade do porte de Bauru por 20 dias, Ribeirão Preto por 10 dias ou São José do Rio Preto por 15 dias. No período de pico, há expectativa de uma redução de 3,6% na demanda de energia. Adotado em mais de 30 países, o Horário de Verão já é uma medida aprovada por grande parte da população, consciente de que, com a alteração de hábitos cotidianos, pode alcançar bons resultados. O início de mais um período do Horário de Verão deixa a lição de que com pouco esforço é possível obter mais qualidade de vida e soluções que beneficiam uma coletividade.

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