LIDERANÇA: VOCÊ TEM OU NÃO TEM?

Por Elmi Junior Gomes Feitosa e Michelle Oliveira do Espírito Santo

Muitas pessoas entendem a palavra “liderança” como a arte de mandar nos seus subordinados, desconsiderando que essa atribuição está mais atrelada à palavra “chefia”, e que um líder pode ser um bom chefe, mas um chefe nem sempre poderá ser um bom líder.
Na atual conjuntura das Organizações, inseridas em um ambiente globalizado, instável, e movido pela informação e o conhecimento, podemos dizer que uma pessoa é um bom líder ou tem perfil de liderança quando consegue conduzir as ações ou influenciar o comportamento das outras pessoas, enxergando e trabalhando valores e motivações que vão além da tarefa a ser executada pela equipe. É a visualização desse “algo a mais” na equipe e por intermédio da equipe que constitui o grande diferencial do perfil do líder contemporâneo.
Percebemos, entretanto, que, ainda hoje, muitos líderes estão “vendendo resultados a sua equipe dentro de empresas”, sem se preocuparem com o impacto que esses resultados irão causar nos seus liderados, acreditando que o sucesso dos resultados de sua equipe é consequência da sua “ótima liderança” e que são bons porque sua equipe aparentemente está rendendo. Essa é uma maneira equivocada de pensar, uma vez que líderes que agem dessa forma acabam conduzindo a equipe, e não liderando.
Conduzir é totalmente diferente de liderar; a condução é espontânea, um ato individual da vontade. Por exemplo: quando dirigimos um automóvel, podemos seguir por diversos lugares sem que ninguém nos impeça, desde que cumpramos as legislações de trânsito, ou seja, podemos conduzir o destino da viagem, mudando a rota a qualquer momento e, dependendo da situação, não precisamos ter nenhum destino programado. Quando se lidera uma equipe, todos devem cumprir com suas atribuições; deve existir uma direção clara e um objetivo a ser alcançado, fazendo que a equipe ou empresa caminhe rumo às suas metas e resultados. Para que isso ocorra, o líder deve estar junto da equipe, entendendo suas motivações ou limitações e compreendendo seus talentos individuais. Tudo deve ser executado em benefício da equipe, a fim de que o resultado não seja individual, mas coletivo, mesmo que, ao final, pelo seu brilhante desempenho, alguns membros da equipe ganhem posição de destaque. Tudo isso é diferente de conduzir, pois, se o líder apenas conduzisse a equipe, cada indivíduo tenderia a fazer aquilo que fosse conveniente para si próprio.
Em uma equipe que deseja obter sucesso, deve existir afinidade e cumplicidade do líder para com todos os seus liderados, de modo que jamais haja protecionismo – “o queridinho do líder”, por exemplo –, pois isso poderá abalar o clima organizacional ou a motivação da equipe, atrapalhando a execução do trabalho. Todos os liderados deverão ser tratados com igualdade e profissionalismo, sendo respeitadas suas diferenças ou mesmo antagonismos.
Matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo, de 9 de maio de 2014 –“País perde com incompetência das empresas na área de gestão, diz especialista” – , mostra um alarmante resultado da falta de investimentos em capacitação de bons líderes e gestores por grandes empresas.
O fato divulgado preocupa, especialmente porque nosso país vem ocupando posição de destaque no cenário comercial internacional, o que tem feito grandes grupos estrangeiros demonstrarem interesse em investir fortemente no Brasil. Isso nos leva a refletir que, se as empresas brasileiras não buscarem alternativas de inovação e melhoria em seus métodos de gestão e capacitação de gestores (líderes), muitos desses investimentos poderão nem ser consolidados.
Não adianta procurar por líderes no meio da multidão; liderança não é algo que se entregue a uma pessoa, como um título ou mérito. Ela deve ser despertada no indivíduo. Em muitos, essa habilidade está adormecida ou nunca foi estimulada, mas nunca será descoberta se não houver oportunidade ou se não houver empresas que percebam esse potencial e que invistam no desenvolvimento e aperfeiçoamento daqueles que apresentam predisposição ao perfil de liderança.
Convém lembrar também que muitos dos grandes líderes mundiais são natos; não se formaram ou se graduaram em liderança; apenas tiveram oportunidades e aproveitaram o momento certo para exercer seu papel de líder, demonstrando capacidade, talento e carisma para tal.
No cenário atual, muitas pessoas deixam-se influenciar por bons lideres em virtude de sua flexibilidade para resolver os problemas e disposição para ajudar, canalizando a energia da equipe na direção dos resultados. Não basta, no entanto, querer ser líder; ser líder implica ter consciência do que é liderar! E não é nada fácil trabalhar com pessoas. Além da diversidade de gêneros e aspectos culturais, existem aqueles que são mais aguçados em determinadas áreas e deficientes em outras. O líder deve enxergar isso como uma oportunidade de melhoria e aproveitamento de todos esses talentos, nas diversas áreas de atuação, para atingir o resultado esperado.
Portanto, acreditamos que todos nós podemos desenvolver o perfil e potencializar o espirito de liderança. Cada um de nós poderá “acordar” e treinar esse talento, para podermos dizer: “Liderança: eu descobri, eu desenvolvi, eu tenho!”.
Elmi Junior Gomes Feitosa: Acadêmico do curso de Administração na Faculdades Gammon de Paraguaçu Paulista/SP. E-mail: elmijunior@hotmail.com

Michelle Oliveira do Espírito Santo: Formada em Administração, possui MBA em Gestão de Projetos e trabalha como Administradora na UFMS - Campus de Três Lagoas/MS. Email: ir.michelle@hotmail.com

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