Aumento da energia preocupa o comércio regional, diz Alexandre Rensi

Presidente do Sincomércio Alexandr Rensi (foto) considera um absurdo reajuste de quase 40%, enfatizando que "um dos primeiros a pagarem a conta dessa irresponsabilidade somos nós, jalesenses".
O reajuste médio de 37,78% no custo da energia elétrica nas cidades da região é muito forte e vai afetar negativamente todo o nosso comércio, elevando custos. A avaliação é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Jales, Alexandre Rensi. Ele lembra que a região é muito quente e o reajuste vem bem na hora em que os comerciantes mais utilizam energia elétrica para acionarem seus sistemas de ar condicionado. O consumo também deverá cair, pois as famílias terão que honrar primeiro suas despesas do dia a dia, como o pagamento da conta de energia, sobrando menos recursos para gastar nas compras.
O tamanho do reajuste, segundo Rensi, é uma mola propulsora da inflação, pois além dos comerciantes, todas as indústrias da região terão um forte impacto em seus custos, tendo que tentar repassá-los ao consumidor. Empresas de serviços também serão impactadas, pois o aumento dos custos para todos os setores é imediato.
Rensi afirma que o governo federal só poderia ter reduzido o custo da energia, no ano passado, com a devida responsabilidade, tendo a garantia da produção, prevendo todos os cenários possíveis, incluindo secas, maior consumo e demais fatores que impactam o setor. “É no mínimo uma grande irresponsabilidade para com o povo brasileiro e um dos primeiros a pagar o pato somos nós, aqui em Jales!”
Rensi afirma que essa situação reforça a tese que 2015 será um ano muito difícil para o comércio e para a população em geral, pois as pressões inflacionárias serão muitas. O próximo aumento deverá ser o dos combustíveis, que também estão com uma defasagem de 30 a 40%. “A simples combinação destes dois aumentos já são suficientes para disparar o gatilho da inflação exacerbada”, afirma.
Dólar - Outra situação complicada, segundo Rensi é que o governo federal vêm constantemente intervindo no mercado de câmbio, forçando uma cotação mais baixa do dólar. Esse represamento também irá ‘vazar’ em algum momento entre o final deste ano e o início de 2015. O câmbio, segundo ele, deveria ser realmente flutuante.
Rensi explica que com estas intervenções o valor do dólar ficou artificialmente mais baixo, pois o governo americano, que controla o fluxo de dólares no mundo, terminará o processo de expansão monetária do QE3 (leia-se fabricação de U$ 85 bilhões por mês) iniciado na crise de 2008, culminando com o início do aumento do juro básico de sua economia. Isto inverterá o fluxo de dólares para os EUA, já que eles terão que 'enxugar' mais de U$ 3,5 trilhões que foram fartamente distribuídos a juro zero durante este período.
Resumindo, teremos uma queda generalizada da liquidez monetária para os próximos anos. E isso se traduz num forte aumento do dólar por aqui, impossível de segurar, mesmo com nossas reservas.
E não bastassem estes fatores, o governo federal vem gastando mais do que deveria, gerando um superávit primário muito inferior ao necessário para manter nossas contas em dia. Rensi resume tudo afirmando que “infelizmente é o pior dos cenários. Alguns economistas têm chamado esta conjunção de Tempestade Perfeita”.
Ele alerta todos os comerciantes: “apertem o cinto que 2015 vem aí, seja quem for o novo governo, não há muito que fazer para reverter esta situação”.

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