Empresas tradicionais versus empresas flexíveis Por Tony Lucas Vieira dos Santos e Grace Kelly Marques Rodrigues

Apesar da tendência natural que todas as coisas possuem de se renovarem com o passar do tempo, percebemos que, no decorrer da história da Administração, geralmente existiu uma forte relutância por parte dos administradores ao imprevisível e desconhecido. Talvez por essa razão, as teorias administrativas primordiais tinham, como objeto de estudo, essencialmente os aspectos relacionados ao ambiente fechado, ou seja: aquilo que acontece no interior da empresa e que pode ser definido como algo corriqueiro.
Por muito tempo, os teóricos da Administração não ousaram atentar para os fatores externos à organização. Tais fatores têm por essência a imprevisibilidade e o dinamismo, que, por sua vez, requerem do gestor uma grande capacidade de análise e grande poder de tomada de decisão para correlacionar esses acontecimentos externos e suas implicações para a organização como um todo.
Atualmente, muitas empresas ainda seguem modelos tradicionais de gestão, que tiveram como base o pensamento de estudiosos como Taylor e Fayol. Para Taylor, por exemplo, o ser humano possuía uma tendência natural à acomodação e, por essa razão, se fazia extremamente necessária a presença de um supervisor que fosse rígido o suficiente para garantir que as metas para o alcance da máxima eficiência produtiva fossem cumpridas. Na condição de uma forma de trabalho muito similar à praticada nas organizações militares, essa postura demasiadamente rígida geralmente causa(va) tensões e irritação nos funcionários.
Vale ressaltar que já existe uma forte tendência a readaptação das "estratégias" organizacionais voltadas para processos mais dinâmicos de gestão. A cada dia, "inovação" passa a ser a palavra-chave quando se fala de sucesso empresarial e vantagem competitiva no mercado. Um grande exemplo disso são as empresas das áreas de tecnologia e informação, que estimulam o potencial criativo dos seus colaboradores, apostando na imprevisibilidade do mercado e no ambiente informal. Vários são os exemplos de jovens empreendedores que alcançaram a liderança no mercado em virtude de suas ideias altamente inovadoras. Um exemplo é o norte-americano Mark Zuckerberg, que foi um dos fundadores do Facebook – uma rede social com milhões de usuários em todo o mundo – e que idealizou, quase por acaso, essa oportunidade de negócio ainda na faculdade junto com outros amigos.
Muitos aspectos das teorias tradicionais têm permanecido nas organizações modernas, talvez pelo medo que grande parte dos gestores demonstram de perder o poder absoluto que sempre lhes foi dado pelas teorias tradicionais.
Essa valorização demasiada dos aspectos tradicionalistas da administração parece, todavia, não contribuir para o sucesso das organizações modernas, dada a necessidade de uma postura flexível em meio a tantas mudanças na sociedade. Como afirma Chiavenato em seu livro Gerenciando Pessoas, "o mundo moderno demanda por inovação e flexibilidade, enquanto as estruturas rígidas impõem limites e restrições à mudança". A empresa que não estiver adaptada ao ambiente e que não possuir capacidade de rápido ajustamento às novas demandas estará fadada ao insucesso.
De fato, não existe uma fórmula "mágica" para o sucesso no mundo dos negócios, mas, sem dúvida, a inovação e o dinamismo são fatores essenciais para a permanência das empresas no cenário competitivo.
Tony Lucas Vieira dos Santos: Acadêmico do Curso de Administração da UFAL – Campus de Arapiraca. tonylucas10@gmail.com
Grace Kelly Marques Rodrigues: Professora do Curso de Administração da UFAL Campus de Arapiraca. gracekmr@gmail.com

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