Mulher: qual a sua função social?

Por Aline Cardoso e Fabiana Campos

"Mulher". Quando se vê ou ouve essa palavra neste século, pode-se associá-la rapidamente a "independência", ao contrário do que nos conta a história de séculos passados, quando as principais funções da mulher eram lidar com as "obrigações" domésticas e obedecer ao marido. O esposo era considerado o seu senhor e a principal razão de sua existência, cabendo a ela render-se às decisões dele. Sem direito a expressar-se e opinar, restava-lhe apenas o dever de obedecer e ser submissa a tudo.

Nessa trajetória de domínio masculino, encontramos, todavia, mulheres que conseguiram romper o estereótipo inscrito na sociedade patriarcal e machista do passado. Podem-se citar alguns exemplos, como a guerreira Joana D’Arc, que ajudou a França a vencer a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos; a rainha Elizabeth I, que, mesmo contra a obsessão de seu pai Henrique III e a tradição de que o sucessor ao trono deveria ser um homem, honrou a Inglaterra e levantou a economia inglesa ao assumir o trono; e ainda Margareth Thatcher, a famosa "Dama de Ferro", que foi a primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra da Grã-Bretanha, permanecendo no cargo por onze anos, até o fim da Guerra Fria.

Considerando tais personalidades femininas, entre outras, pode-se deduzir que a mulher sempre teve a capacidade de exercer cargos na sociedade, transcendendo o que sempre lhe fora imposto ao longo dos séculos: "A virgem prendada que deve arrumar um marido, para posteriormente dar à luz um filho homem e esperar pela sua morte enquanto limpa sua casa".

Com a busca de um lugar na sociedade, as mulheres passaram a desempenhar papéis fundamentais para o avanço social nas mais distintas áreas de atuação, como no ramo da tecnologia, política, negócios, entretenimento, entre outros, mostrando-se pioneiras na capacidade de liderar e inovar. Nesse quesito, tem merecido relevo Ângela Merkel, considerada, neste ano, pela revista Forbes, a quinta pessoa mais poderosa do mundo no ano vigente pela revista Forbes. É bastante significativo o fato de a chanceler alemã estar entre homens bem-sucedidos e poderosos, como, por exemplo, Vladimir Putin, presidente da Rússia, que lidera o elenco, seguido por Barak Obama, presidente dos Estados Unidos. Espaço conquistado com competência e luta.

Nesse contexto, há, no entanto, quem questione: Como ficam o lar e a família? Qual é, hoje, o papel social feminino? É possível responder a tais questões com base nas evidências empíricas. Por um lado, os atuais acontecimentos têm concorrido para cristalizar uma imagem feminista da mulher como dona de si, como autossuficiente, que pode até se dar o luxo de menosprezar a presença da figura masculina ao seu lado. Por outro, esse novo sujeito independente tem sido acusado de desconstruir a representação de família como a principal instituição da sociedade, como célula que deve ser estruturada para que as crianças venham a ser membros produtivos para a sociedade futura.

Entendemos que, ao contrário daquilo que machistas e feministas insistem em pôr em confronto, a "nova" mulher que nasceu e cresceu na sociedade pós-moderna é uma atora social – não uma atriz que desempenha papéis ou "veste" máscaras – que tem o direito de escolha. Ela pode escolher ser esposa e mãe, presente e responsável por sua família, em parceria com o esposo, no que diz respeito à administração familiar, ou suprir suas necessidades particulares e preservar sua independência, especializando-se profissionalmente, ocupando vagas em universidades e no mercado de trabalho. Pesquisas têm demonstrado que a presença da mulher no mercado de trabalho concorre para a melhoria da mão de obra profissional, tendo em vista que a mulher possui uma visão diferenciada no que diz respeito a preocupações subjetivas e relações interpessoais, o que permite uma maior interação de ideias e, consequentemente, a criação de tecnologias e métodos para inovação. Acrescente-se que há uma terceira opção possível para o gênero feminino: acumular as duas funções, sem que uma prejudique a eficiência e a eficácia da outra.

Em face de suas possibilidades de atuação social, conclui-se que a mulher é um membro significativo para a sociedade. Tanto a participação na gestão familiar quanto a atuação como profissional são de grande relevância no atual cenário global. Em suma, a mulher pode ser o que ela quiser. Isso dependerá de sua escolha e de seu esforço, pois já foi provado que aptidão para isso ela tem, como se pode observar pelos exemplos citados, bem como outros casos que existem de guerreiras anônimas, mulheres "comuns", da luta do dia a dia. O papel social da mulher é ser mãe, esposa, presidente, advogada, professora, ou mesmo uma aluna da vida que, acima de tudo, visa melhorar o mundo ao seu redor, alcançando também seus sonhos, seus objetivos e metas pessoais.

*Aline Cardoso Batista: Acadêmica do Curso de Direito da UFMS-Câmpus de Três Lagoas (MS) e-mail: alinecardoso.contato@gmail.com

*Fabiana dos Santos Pereira Campos: Administradora e Professora do Curso de Administração da UFMS – Câmpus de Três Lagoas (MS). e-mail: pereirafabi.ufms@gmail.com

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