LAZER: SAÚDE MENTAL, FÍSICA E PSICOLÓGICA

Por Vanessa Ribeiro Zanforlin Santos e Edenis César de Oliveira
 
Com o avanço da mecanização e da computação nas empresas, imaginou-se que as pessoas trabalhariam menos e disporiam de um tempo maior para o lazer. O que se observa, todavia, é justamente o contrário: as pessoas estão trabalhando cada vez mais e dispondo cada vez menos de tempo para o lazer e, como consequência, ficam mais estressadas, o que pode desencadear inúmeros problemas relacionados à saúde mental, física e psicológica.
Com a rotina corrida e o tempo escasso, as pessoas não
percebem os sintomas de uma doença silenciosa, o estresse, que atinge crianças e adultos de todas as idades. Um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou que 90% da população mundial são atingidos pelo estresse. A chave do processo é o cortisol, conhecido como hormônio do estresse, que é liberado pelo cérebro em situações de pressão
 
 
O cardiologista Álvaro Avezum, que preside o Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular (GEMCA) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), disse recentemente que, segundo alerta divulgado pela OMS, a partir de 2030 devemos esperar a depressão e o estresse como principais causas de óbito e, evidentemente, não a depressão sozinha, mas com alguma comorbidade ou como fator preditor provável do infarto e do derrame.
A medicina psicossomática descreve muitos casos como úlceras, gastrites, hipertensão, urticárias e vários outros males causados pela preocupação crônica. E o lazer, com a sua descontração inerente, torna-se cada vez mais importante no combate ao estresse. Segundo o Dr. Ricardo Afonso Teixeira, especialista em neurologia clínica, o lazer promove a estimulação de nossos centros cerebrais de recompensa associados ao prazer. A ativação desses centros pode aumentar os níveis do hormônio ocitocina e dos neurotransmissores, como serotonina, dopamina e endorfina, todos associados à sensação de prazer e ao bem-estar psíquico.

Além disso, um estudo publicado pelo periódico Neurology,
jornal oficial da Academia Americana de Neurologia, demonstrou que os idosos envolvidos com atividades de lazer estimulantes (como leitura, jogo de cartas, palavras cruzadas, ir ao cinema e outras), pelo menos duas vezes por semana, têm um risco duas vezes menor de desenvolver demência, incluindo a Doença de Alzheimer. E, de acordo com uma pesquisa intitulada “Conhecimentos dos Acadêmicos Sobre Prevenção do Câncer de Mama”, realizada em 2008,  a deficiência de ocitocina favorece o estresse, a obesidade e comportamentos psicóticos, além de diminuir as funções cognitivas e elevar o risco de câncer de mama.

Vivemos com pressa, e isso é um fato.
Na pressa de viver e de sobreviver, em um mundo onde todos querem “tudo para ontem”, quando decidir a hora de parar? Quando diminuir o ritmo para o bem do equilíbrio emocional e da saúde como um todo? De acordo com a OMS, saúde não é apenas a ausência de doenças, mas, sim, um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Assim, é sugestivo que você se empenhe em olhar a vida por uma outra perspectiva. Afinal de contas, a vida nos foi concedida pra ser vivida!
Para incluir o lazer na agenda da vida, não há necessidade de  grandes investimentos. Além disso, os benefícios podem extrapolar as várias dimensões do desenvolvimento humano – e saúde é só uma delas! 
 
Vanessa Ribeiro Zanforlin Santos: Acadêmica do Curso de Administração da UFMS – Câmpus de Três Lagoas. E-mail: vanessa.zanforlin@hotmail.com
 
Edenis César de Oliveira: Professor de Administração das
Faculdades Gammon (FUNGE de Paraguaçu Paulista - SP). E-mail: edeniscesar@hotmail.com
 











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