Onde encontrar socorro? No SUS?

Marçal Rogério Rizzo e Tatiane Martins de Oliveira

Falar em saúde pública doente no Brasil parece redundância. Saúde pública no Brasil significa ausência, falta, carência e deficiência. Realmente, a situação da saúde pública de nosso país é lamentável! Os argumentos que justificam essa afirmação podem ser encontrados nos noticiários televisivos, nos jornais, na internet e na justiça que, a todo o momento, vem obrigando o andamento de procedimentos médicos (e até mesmo a distribuição correta de medicamentos das prefeituras, estados e União).

Assim, o apelo que ocorreu nas ruas por uma saúde melhor é legítimo. Algum dia parou pra pensar quantas pessoas morrem diariamente por falta de atendimento médico neste imenso Brasil? Certamente não! Mas, os números nos assustarão. O modus operandi de boa parte de nossos governantes com a área da saúde não é nada agradável.

Veja o caso do Hospital Universitário da UFMS de Campo Grande (MS), que, nos últimos meses, tem sido alvo de investigação da Polícia Federal e pauta jornalística da grande mídia. O fato é que, após denúncias, se abriu um inquérito para investigar possível esquema de corrupção que visava a beneficiar clínicas particulares de oncologia de Campo Grande.

É nesse contexto que está o cerne da polêmica em relação à área da saúde. Resumindo, a crítica é procedente, pois se estrutura nos desvios de recursos que poderiam ser investidos na saúde com qualidade do cidadão brasileiro. Assim, não causa estranheza que a maior parte dos políticos parece não se importar com a saúde pública do Brasil, até mesmo porque eles não a utilizam. Fica a impressão de que nunca foram cobrados por uma saúde mais benéfica.

Atualmente, atribuem a culpa de todos os males da saúde aos médicos, ou melhor, à falta de médicos. Entretanto, vendo o sofrimento de pacientes – usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) – que, até pra marcar uma simples consulta, tem que esperar de 30 a 60 dias (quando não passam a noite em uma fila para conseguir agendar a tal consulta). Agora, imaginem o tempo necessário para agendar uma cirurgia? Essas situações não nos permitem colocar a culpa nos médicos.

Na verdade, quando olhamos para acontecimentos que revelam a trágica situação que a saúde pública se encontra, logo nos surge uma revolta, pois o cidadão de bem, trabalhador, que paga seus impostos, esperava contar com a mínima humanização no SUS e isso não ocorre. Sabe-se que ali não dá pra pedir socorro!

Se os discursos eleitorais caminharem somente na direção da falta de médicos, será uma tragédia, mas se conseguirmos chegar a um entendimento de que podemos promover uma saúde pública de qualidade com base na melhoria dos gastos públicos e combate da corrupção, sem dúvida, estaremos indo à frente.

Marçal Rogério Rizzo: Professor do curso de Administração – Câmpus de Três Lagoas (MS). E-mail: marcalprofessor@yahoo.com.br

Tatiane Martins de Oliveira: Acadêmica do curso de Administração – Câmpus de Três Lagoas (MS). E-mail: tatianebussolan@hotmail.com

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