Homens e cirurgias plásticas: tabu diminui cada vez mais

Não é novidade que a sociedade atual cultua o belo e o perfeito, o jovem e o saudável. Portanto, nada mais natural do que as pessoas procurarem meios de alcançar essa tal ‘perfeição’, ou a ‘juventude eterna’. Se há tempos, as mulheres recorrem às cirurgias plásticas para manter o aspecto físico em dia – e até o seu emocional e autoestima, - agora, os homens já deram seus primeiros passos neste assunto, que há pouco tempo era tratado com certo preconceito e tabu.
Segundo Alderson Luiz Pacheco (CRM-Pr 15715), cirurgião plástico da Clínica Michelangelo, de Curitiba (PR), apesar de as mulheres ainda liderarem com folga o número de procedimentos estéticos, o número de homens que os aderiram tem aumentado constantemente – e, para o especialista, o muito desse crescimento é devido à mudança da mentalidade masculina a respeito do tema.
A prova de que os homens estão aderindo cada vez mais às cirurgias plásticas são mostradas pelo levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP): segundo o estudo, nos últimos cinco anos subiu de 5% para 30% a porcentagem de pacientes do sexo masculino que se submetem a cirurgias estéticas.
"Antes, a cirurgia plástica em homens era tratada como um tabu, existia um misto de vergonha e preconceito. Esse tipo de pensamento ainda existe, claro, mas ele tem diminuído bastante", comenta Pacheco.
Segundo o cirurgião, uma das maiores diferenças entre as cirurgias plásticas entre homens e mulheres é que, diferentemente da mulher, o homem não precisa estar "lindo e maravilhoso, até mesmo porque a nossa cultura machista não permite isso", diz. Os homens, pelo contrário, só procuram estar bem consigo mesmo sem muito sofrimento e a cirurgia plástica permite isso, explica.
Além disso, além da própria mentalidade, a segurança dos procedimentos têm evoluído muito e tornando-se mais seguros e menos dolorosos, assim como as pessoas também estão cada vez mais bem informadas.
Porém, Pacheco lembra que apesar desses dados positivos, o paciente deve sempre pesquisar no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica o médico com o qual pretende fazer a cirurgia e ver se o cadastro do profissional consta no endereço virtual. Outro ponto importante é a relação médico-paciente, pois não adianta se consultar com um médico com o qual o paciente não simpatize e que não seja capaz de tirar todas as dúvidas que o paciente possuir sobre o assunto.
Pacheco lembra que a cirurgia plástica é um procedimento aberto a quase todas as idades. "Tenho pacientes dos 15 aos 70 anos e cada faixa etária é mais adepta a certo tipo de cirurgia. Dos 15 aos 20, a ginecomastia - redução de mama para os homens - é a mais procurada. Dos 20 aos 30 anos é a lipoaspiração. Dos 30 aos 40 anos são as cirurgias de pálpebras, nariz e o semblante em geral. Dos 45 anos em diante dificilmente o paciente realiza cirurgias no corpo, somente na face", conclui o médico.

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