Educação...uma área em falta!

Por Janine Delbone e Marco Lívio Trajano
Ouvimos falar da necessidade de investimento em educação: trata-se de uma promessa política, que surge e ressurge durante cada processo eleitoral. As propostas são sempre as mesmas – melhorar a qualidade no ensino básico é uma delas. Contudo, os mandatos passam e a evolução tem sido mínima. O Brasil continua tendo baixa qualidade na educação e número de escolas insuficiente para atender a todas as crianças em idade escolar. É comum ouvir relatos de professores sobre o excesso de alunos em uma sala e também reclamação de pais sobre ausência de qualidade no ensino.
A revista Educação, com base em dados do Censo Escolar, mostrou que o número de instituições em 2011 é 11% a menos do que em 2001 (o Brasil tinha 218.383 escolas em 2001 e, dez anos depois, contava com 193.047) e essa queda foi protagonizada pelas escolas municipais e estaduais, enquanto o número de federais e privadas aumentou. A única região que teve um aumento total de escolas foi a Sudeste. Será que, se o governo realmente se importasse com o ensino, os dados seriam esses?
A falta de estrutura física é um dos fatores que dificulta o ensino, pois desmotivam os educandos a frequentar a escola. Infelizmente, estudar não tem sido uma paixão das crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Salas de aula, laboratórios, áreas para esportes, banheiros e biblioteca são exemplos de algumas coisas que precisam ser melhoradas, para que todos se sintam motivados a estar no ambiente escolar.
Mas, além da estrutura física devemos levar em conta a "estrutura psicológica" dos professores, os responsáveis por transmitir conhecimento: recebem salário baixo, vivem péssimas condições de trabalho, (em tempos de tecnologia, muitos professores tem que usar o mimeógrafo se quiserem compartilhar algum texto com alunos). Vale lembrar que nossos professores, mesmo com seu salário "pequeno", investem em seus alunos comprando livros e até mesmo alimentos para seus alunos.
Todas essas carências na educação refletem na qualidade do ensino, e será que os brasileiros têm se lembrado de cobrar isso dos candidatos a quem confiaram seus sagrados votos? Ou têm se conformado em conviver com um governo que se preocupa em construir ginásios e arenas para a Copa do Mundo e Olimpíadas?
Vemos a todo o momento em jornais e nas redes sociais, notícias de professores sofrendo violência nas escolas e de policiais pelo fato de protestar e reivindicar melhorias para a carreira e para a educação. Realmente, é vergonhoso!
É estranho ver tanta facilidade para aumentar salários de deputados, ministros e tanta dificuldade em melhorar os investimentos destinados para a educação. Dessa maneira, o Brasil será eternamente o país do futuro, e nunca o país do presente. A fama dos brasileiros é deixar tudo para última hora, então quando será que governo vai entender que estamos nos últimos minutos da prorrogação no jogo da educação?
É triste ver famílias aceitando suas crianças voltando para casa sem saber ler, interpretar e resolver problemas matemáticos. Os pais perdem a oportunidade de reivindicar os direitos dos seus filhos se ausentando das reuniões nos colégios. Só seremos um Brasil melhor quando dermos valor ao que realmente merece ter valor, ou seja, a educação. E atenção, senhores políticos, promessas devem ser cumpridas, do contrário não a façam!
Janine Azevedo Delbone
: Acadêmica de Administração da UFMS – Câmpus de Três Lagoas (MS). e-mail: janinedelbone@ig.com.brMarco Lívio Trajano dos Santos: Matemático, professor do curso de Administração e Ciências Contábeis da UFMS – Câmpus de Três Lagoas (MS). e-mails: mltsantos1@hotmail.com; mlsantos@cptl.ufms.br

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