PT mensaleiro, PSDB carteleiro e Joaquim Barbosa “barraqueiro”

*Luiz Flávio Gomes
Joaquim Barbosa começou o mês de agosto com 15% das intenções de voto para a presidência da república. Deve fechar agosto beirando os 20%. Assim que os políticos (do PT, sobretudo), banqueiros, marqueteiros e adjacentes começarem a ir para os presídios (regime fechado ou semiaberto), vai se aproximar dos 30%. Tudo isso se confirmando, sua candidatura se tornará irreversível (o povo manda e se ele pede...). No mínimo, irá à vice-presidência da república. JB conta com o maior prazo de desincompatibilização do país. Pode deixar o cargo de juiz e se filiar a um partido político somente em abril de 2014. Até lá, tem todo tempo do mundo para armar, da sua maneira, outras confusões, firmar sua personalidade assim como seu louvado personalismo. Self-made man com personalismo forte + apoio midiático = ídolo nacional (assim surge um novo Messias, salvador da pátria).
A mídia desancou JB nesta semana: "com seu temperamento instável e agressivo, se tornou um irremediável criador de polêmicas"; "usa palavras inadequadas (como chicana)"; não é um exemplo de serenidade; não mantém o decoro que ele exige dos pares; perde as estribeiras; seu destempero se volta contra ele mesmo e contra seu trabalho (Estadão de 18.08.13, p. A3). Mas ninguém superou uma "amiga" na nossa rede social, que disse: "por meio dos seus frequentes barracos ele não só nos alegra como nos impressiona". Transmite a sensação de comando, de voz imperativa (aqui quem manda sou eu). Atributos que os brasileiros foram treinados a adorar (desde as donatarias em 1532 e o governo geral de Tomé de Souza, em 1549).
Tal como na mitologia grega, das vísceras do mensalão o PT jamais podia imaginar que sairia, contra seus planos de governo eterno, uma víbora de ferocidade incomensurável. O presidenciável Joaquim Barbosa é fruto desse engendramento petista e primo dele é a cartelização do metrô de SP, nos governos do PSDB. União espúria e mancebenta dos donos do capitalismo neoliberal (multinacionais) com os políticos podres locais. Mensalão, cartelização e "barracos", sobretudo os televisivos (que tanto agradam o canhestro homo videns) protagonizam três maneiras vivenciais do circo da vulgaridade que nos dá o enredo do ser humano do século XXI. A esperança única que nos anima é que, se foi o ser humano que se perdeu em tão nefastas vulgaridades, distanciando-se completamente da ética e da emancipação moral, está nas mãos dele mesmo, não de uma força sobrenatural, corrigir tudo, voltando-se para os interesses da "polis", entendida como uma nação decente onde se possa viver sem violência, corrupção e extravagâncias.
*Luiz Flávio Gomes, jurista e coeditor do portal atualidades do direito

Comentários