Idosos têm 3 vezes mais risco de desnutrição que pacientes adultos

Estudo realizado pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) mostra que os idosos apresentam 3,7 vezes mais risco de desnutrição que os pacientes adultos.
Entre janeiro e agosto de 2011, foram coletados, por meio de fichas de triagem nutricional, dados de 950 pacientes, entre homens e mulheres, acima de 18 anos de idade, internados no Serviço de Cardiologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), administrado pelo Iamspe. Foram excluídos os que tiveram alta hospitalar ou óbito antes do fim da triagem e pacientes sem condições para avaliação.
O hospital coletou dados sobre peso e altura para aferir o Índice de Massa Corpórea (IMC), que foi classificado conforme os padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS) para adultos até 59 anos e para idosos. Os resultados apontaram que, na média, 46,3% dos casos analisados apresentaram risco de desnutrição, com base no IMC aferido. Mas esse índice entre os pacientes idosos foi de 53%, enquanto entre os adultos analisados foi de 23%. A diferença de risco foi obtida por meio de um cálculo matemático específico utilizado em estudos dessa natureza.
Segundo a chefe do Serviço de Nutrição e Dietética do HSPE, Ivani Maria Moraes, a população idosa apresenta maior risco de desnutrição em razão do desenvolvimento de cardiopatias a partir dos 60 anos de idade.
A nutricionista ressalta que diversos fatores estão associados à desnutrição, tais como baixa ingestão alimentar, complicações relacionadas a doenças cardiovasculares, idade avançada e perda de peso involuntária. "Identificar precocemente estes pacientes pode contribuir para o tratamento, diminuir o tempo de internação e os custos hospitalares", explica.
Cerca de 60% dos pacientes internados no HSPE têm mais de 60 anos e exigem tratamento diferenciado, incluindo o estabelecimento de terapia nutricional específica. O idoso é mais suscetível a alterações em decorrência das mudanças compatíveis com o envelhecimento. Estado nutricional, predisposição genética, inatividade física e patologias frequentemente associadas à idade são fatores preponderantes, conclui.

Comentários