Eu também quero o fim da Lei de Cotas

por Tadeu Morais, secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho

Recentemente, a secretária estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo, produziu um excelente artigo a respeito da Lei de Cotas e de como setores econômicos pretendem flexibilizar a legislação.
A intenção é que as atuais percentagens de 2% a 5% que empresas com mais de 100 funcionários devem destinar às pessoas com deficiência sejam substituídas pela oferta de cursos de qualificação, formas de compensação financeira e, como disse a própria Linamara em seu artigo, "outras mazelas que perpetuam a exclusão".
De minha parte, quero afirmar que também quero o fim da Lei de Cotas. Proponho inclusive um ato público, organizado de forma tripartite – governo, empresários e sociedade civil – para enterrarmos definitivamente essa verdadeira ode ao preconceito.
Sim, a simples existência da Lei de Cotas nos mostra o vexame que somos como povo. Não quero a Lei de Cotas. Quero gente consciente. Que todos os empresários que não são fazem parte de minha linhagem, essa que chamamos de ser humano, também sejam banidos de suas funções e trocados por pessoas de verdade. Quero o término já da Lei de Cotas, desde que venha combinado com o fim sumário de quem não se deu conta, ainda, que vivemos em sociedade, e que dependemos uns dos outros para que tenhamos melhor qualidade de vida.
Quero o fim da Lei de Cotas e o extermínio imediato das pessoas que se consideram obrigadas, impingidas a dar aquilo que, de fato, é de direito de todo cidadão: o direito de sustentar a si próprio e à sua família. O direito básico ao trabalho.
Que os responsáveis pela contratação de pessoal das empresas enxerguem o potencial, não se calem diante das qualidades, ouçam os pedidos dos mais vulneráveis e caminhem rumo a uma sociedade mais justa, que beneficie e inclua a todos.

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