Sem Limites ou Doença???

Maristela Scandelai Gonçalves e Silvia Amaral dos Santos
Vivemos em sociedade onde existem padrões aceitos e toleráveis de comportamentos, que permite o convívio e a interação de pessoas diferentes, nem todo mundo se comporta exatamente da mesma forma, mais a grande maioria das pessoas se comportam dentro de uma faixa de variação que chamamos de normal.
Facilmente encontramos crianças, adolescentes e adultos que têm dificuldades de manter a atenção. É comum que se diga que eles "vivem fora do ar", ou seja, estão sempre pensando em outra coisa quando conversam com alguém, quando estudam ou leem, quando trabalham, enfim, em uma variedade de situações.
Na maioria dos casos, essas pessoas também são inquietas, não permanecem paradas nem sossegadas por muito tempo e detestam coisas monótonas e repetitivas, além de serem impulsivas no seu dia a dia. São pessoas que vivem trocando de interesses e planos e têm dificuldades em levar as coisas até o fim.
Essas pessoas podem ter problemas na sua vida acadêmica em geral, as queixas na grande maioria das vezes começam na escola, mais isso não é uma regra, podem surgir na vida profissional, social e familiar.
Este problema se chama Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade/ Impulsividade (TDAH).
O diagnóstico do TDAH é feito por profissionais especializados no assunto, podendo ser médicos, psicólogos, psicopedagogos. É realizado através de uma avaliação clínica baseada no histórico de vida da pessoa.
Sabemos que existe uma forte participação genética no transtorno. Quem examina uma criança com TDAH frequentemente reconhece a existência do mesmo transtorno, ou pelo menos alguns dos sintomas dele, no pai ou na mãe. Em outras ocasiões, quando o diagnostico é feito e explicado aos pais, eles próprios percebem em si mesmo.
O Diagnostico de TDAH é dimensional, todo mundo tem alguns sintomas de desatenção e inquietude, mas algumas pessoas têm muito mais sintomas que os demais, desde pequenas, causando muitos problemas em sua vida.
Quanto ao tratamento, não existe uma receita pronta que sirva indistintamente para todo o mundo, cada caso tem suas particularidades e uma pessoa não é igual à outra. O uso de medicamentos, orientação aos familiares para aconselhar sobre a forma de lidar com o transtorno, orientação á escola no caso de crianças e adolescentes é um bom começo para encarar e minimizar o problema.
É certo que, quanto mais cedo for diagnosticada e tratada mais facilmente aprenderá a conviver com o TDAH de maneira mais positiva e menor serão os problemas com a autoestima e autoconfiança, normalmente tão comprometidas.
O diagnóstico não se baseia apenas na presença dos sintomas, mas em sua intensidade, duração e em quanto interferem na vida cotidiana da pessoa.Maristela Scandelai Gonçalves e Silvia Amaral dos Santos – Pós-graduandas em Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá de Pereira Barreto-FIU, SP.

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