Hospital de Base registrou aumento na captação de órgãos em 2012


A Comissão do Hospital de Base (HB) de Bauru (foto) que avalia condições de órgãos e tecidos humanos colaborou para o aumento do número de captações realizadas em 2012 em relação ao ano anterior. No ano de 2011 foram registrados 11 procedimentos enquanto que no ano passado foram 19.
Ainda em 2011, na área de abrangência do Departamento Regional de Saúde (DRS 6) foram captados 20,4 múltiplos órgãos por milhão de pessoas (PMP). Já no ano passado, esse número subiu para 27,1 PMP.
O trabalho é desenvolvido por uma equipe multiprofissional composta por um médico, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Denominada Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), o grupo é responsável por verificar a possibilidade de doação e, além disso, pela captação de órgãos em pacientes que tiveram diagnóstico confirmado de morte encefálica.
A partir do momento em que a família do paciente consente a doação, é feita a comunicação com o Serviço de Procura por Órgãos e Tecidos (SPOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HCFMB), que contata a Central Estadual de Transplantes de São Paulo, serviço vinculado à Secretaria de Estado da Saúde. Essa fica encarregada de consultar as listas de pessoas inscritas para transplante de órgãos de doador falecido e manter o contato com os serviços de transplante, identificando os receptores compatíveis com o doador e em condições clínicas de serem transplantados.
Para verificar a compatibilidade entre receptor e doador alguns itens são levados em consideração, como: tipagem sanguínea, tipagem HLA (antígenos de histocompatibilidade), massa corporal e altura, dependendo dos órgãos a serem transplantados.
Tereza Faifer, coordenadora da comissão do Hospital de Base de Bauru explica que o trabalho inicia com a visita às UTI’s dos hospitais, identificando os casos de suspeita clínica de morte encefálica. É feita a orientação das equipes médicas e de enfermagem para a manutenção clínica adequada do paciente e acompanhamento do protocolo de morte encefálica.
"É importante ressaltar que após a comprovação da morte encefálica (são feitos dois exames neurológicos com intervalo de 6 horas, realizados por médicos diferentes e um exame complementar para confirmação inequívoca do diagnóstico) o médico da UTI comunica a família do paciente. A partir daí, a CIHDOTT entra em contato com os familiares para informar sobre a possibilidade de doação de órgãos e colocar a comissão à disposição caso haja interesse na realização do procedimento com a finalidade terapêutica de transplante", esclarece.
O trabalho desenvolvido pela comissão integra o Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB).
O município de Botucatu, por meio do SPOT, atende mais de quinze cidades do Centro-Oeste Paulista, abrangendo aproximadamente 1,2 milhão de pessoas no Estado, e age conjuntamente com as demais unidades hospitalares que também possuem a CIHDOTT com o mesmo propósito de atuação.
"Assim que identificamos a morte encefálica e que aquele paciente pode ser um doador em potencial, comunicamos a Central de Órgãos, a qual localiza a pessoa que receberá o transplante. A partir disso, a equipe médica que fará o procedimento vem até o hospital para buscar o órgão", afirma Reginaldo Boni, coordenador do SPOT do Hospital das Clínicas de Botucatu.

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