A atuação do fisioterapeuta na oncologia

Adriana Castilho
O tratamento oncológico atual não se baseia apenas na sobrevivência dos pacientes, mas também com a qualidade de vida durante e após o tratamento. Desta forma a Fisioterapia Oncológica é muito requisitada no pré, pós-operatório e durante todo o tratamento.
A área de atuação mais conhecida da fisioterapia oncológica é no tratamento do câncer de mama, pois podem ocorrer linfedema (edema de membro superior do lado da mama operada comum após cirurgias onde houve retirada dos gânglios presentes nas axilas) e diminuição da mobilidade do ombro. A fisioterapia é imprescindível para a restauração do movimento e diminuição e prevenção dos distúrbios linfáticos. Mas a atuação fisioterapêutica não se restringe a mama, abordando outras regiões como tórax, cabeça e pescoço, tumores cerebrais e do sistema músculo-esquelético.
O fisioterapeuta deve desenvolver suas ações em qualquer faixa etária e em contextos que vão da cura aos casos irreversíveis de câncer, sempre promovendo programas para prevenir, curar ou minimizar as sequelas do tratamento oncológico. Dentre os comprometimentos que o tratamento oncológico ocasiona estão a incontinência urinária e fecal, restrição ou perda de movimentos, dores, alterações respiratórias, disfunções posturais, alterações ósseas e circulatórias.
Visando sempre devolver a qualidade de vida ao paciente a fisioterapia tem por objetivo restaurar possíveis déficits motores e prevenir distúrbios ocasionados pelo tratamento realizando exercícios passivos, ativos ou resistidos, exercícios para fortalecimento do assoalho pélvico e rede venosa periférica, exercícios respiratórios, treino de marcha e equilíbrio, alongamentos musculares, mobilizações articulares, drenagem linfática manual, enfaixamentos compressivos, reeducação postural e diafragmática, eletroterapia além de orientações para familiares e cuidadores com a saúde do paciente. Se necessário o fisioterapeuta deve realizar intervenções domiciliares para readaptação ocupacional, melhor acessibilidade e prevenção de quedas.
Para atingir todos os benefícios o paciente precisa ter dedicação e muitas vezes realizar fisioterapia diária, o que muitas vezes se torna impossível pela própria debilidade dos pacientes oncológicos. O fisioterapeuta deve enfim não apenas se preocupar com a parte do organismo afetada pela doença, sendo necessário comprometimento com a autoestima e qualidade de vida do paciente.
Professora Adriana Vioti Ferreira Castilho
Graduação pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (2006). Especialização em Fisioterapia Dermato-funcional pela Unaerp (2008). Fisioterapeuta da Fundação Pio XII - Unidade III, (Hospital do Cancer de Barretos - Unidade Jales). Docente do curso de graduação em Fisioterapia do Centro Universitário de Jales, Brasil. 

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