A presidenta da Coopersol de Jales está entre quase 1,2 mil inscritas de todo o Estado

O Sebrae em São Paulo divulga na próxima quinta-feira, 28 de fevereiro, os nomes das vencedoras da etapa paulista do Prêmio Mulher de Negócios. A solenidade será às 14 horas, na sede da entidade, Rua Vergueiro, 1117, 6º andar. O objetivo do prêmio, que está na 9ª edição, é reconhecer e divulgar histórias de mulheres empreendedoras, donas de seu negócio ou integrantes de cooperativas e associações.
"O prêmio tem importância muito grande, pois pode estimular e acelerar o processo de promover a igualdade no mercado de trabalho", afirma Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP. "Queremos que essas mulheres sirvam de exemplo para que outras aceitem o desafio de se tornarem empreendedoras e promovam maior igualdade no País", completa.
Para participarem, as empreendedoras deviam escrever suas histórias contando como entraram no mundo dos negócios, a atividade desenvolvida, as dificuldades, as superações e como o empreendedorismo afetou suas vidas.
Em todo o Brasil, a nona edição do Prêmio Mulher de Negócios teve 5.400 inscritas (contra 2.629 em 2011). Só do Estado, foram 1.180 mulheres, mais que o dobro do ano passado, que teve 527 inscrições. Deste total, dezoito estão na final paulista: 13 na categoria Pequenos Negócios, 2 em Negócios Coletivos e 3 como Empreendedoras Individuais.
As vencedoras das três categorias em cada Estado seguem para a final nacional que será realizada no dia 7 de março, em Brasília. As campeãs ganharão uma viagem internacional, com destino definido pela coordenação do Prêmio.
Finalistas
– Entre as finalistas em Negócios Coletivos está uma representante da região descoberta pelo Escritório do Sebrae de Votuporanga. Rosângela Mazonas Fonseca, presidente da Coopersol (Cooperativa Regional Solidária de Catadores de Resíduos Sólidos) é de Jales.
Em 2010, depois de deixar um emprego no comércio e trabalhar com o marido como servente de pedreiro, Rosângela resolveu direcionar seus esforços para a área da reciclagem. Foi quando entrou para a Associação de Catadores da cidade e foi responsável pelo processo de transformar o grupo em Cooperativa. "Eu descobri que, como cooperativa, teríamos mais oportunidades; poderíamos fazer projetos e apresentá-los para conseguir mais verba", conta ela, que foi eleita como a primeira presidente da instituição.
A mudança deu certo. "Nós recolhemos de 50 a 60 toneladas por mês. Por dia, a média é de 10 horas de trabalho em sistema de revezamento". O dinheiro da venda é distribuído entre os dezoito cooperados, a maioria mulher. "A renda é boa, porque nenhum dos cooperados passou do ensino médio. Ganhamos mais de um salário mínimo por mês, e nós ainda pagamos o INSS como autônomos", conta Rosangela.
Rosângela se tornou referência em reciclagem na cidade, tendo sido convidada para compor comitês de combate à dengue e grupos de trabalho da Prefeitura. "No começo o preconceito foi muito grande, entre a família e os amigos. Mas aos poucos eles foram entendendo que a reciclagem é um negócio como outro qualquer, e com uma importância ecológica muito grande. O comércio também já enxerga a cooperativa como parceira, e às vezes a gente recolhe em lojas até 15 mil quilos de papelão".
Números
– De acordo com estudo realizado pelo Sebrae-SP a partir de dados do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no estado de São Paulo existem 1.434.316 mulheres em ocupações empreendedoras. Tais mulheres são donas de empreendimentos com empregados ou trabalham por conta própria.
A partir do estudo dos dados do Censo IBGE, o Sebrae-SP identificou que, na comparação de 2000 com 2010 a participação das mulheres no total de empreendedores do estado de São Paulo cresceu de 28% para 35%. No período, o número de mulheres empreendedoras registrou crescimento de 44%, correspondente a 441.047.
Uma das implicações desse aumento é a inclusão social e redução da desigualdade de renda na economia. De acordo com o Sebrae-SP, o rendimento médio mensal desse grupo passou de R$ 1.280,79 para R$ 1.847,37.
Veja abaixo as finalistas de São Paulo:
Categoria Pequenos Negócios
.Rosangela de Andrade Franca, da Natusfran, de Franca
.Sueli Massue Matuoka Hirami, da Matsu Produtos Agropecuários, de Atibaia
.Rosely Ferraiol, da Rosely Ferraiol Artesanato, de São Paulo
.Valéria Regiane Lovison Gerônico, do Laboratório IMLAB, de Cerqueira Cesar
.Lilian Cristina Andrioli Guillen, da Gráfica e Editora Guillen e Andrioli, de São Carlos
.Raquel Ribeiro, da Gynasium Academia, de Franca
.Maria Rodrigues Neves Camargo, da Incca Sistemas, de Franca
.Elza Aguiar, da Marinho Despachantes, de São Paulo
.Santina Imaculada Bonini Pardo, do Café Dona Santina, de Marília
.Angela Rosa dos Santos Cambraia, da Luz de Cristo Velas, de Santa Bárbara do Oeste
.Roseli Lopes de Oliveira Palu, da Magazine RM, de Quintana
Sirlei Rodrigues, do 12 - Centro Veterinário Bom Pastor, de São Paulo
.Lilian Albertina Cardoso, da Lilian Comunica, de São Paulo
Categoria Negócios Coletivos
.Claudinéia Sanchez Girotto Ferreira, da Ponto de Cultura "Revelando Talentos", de Oscar Bressane
.Rosangela Mazonas Fonseca, da Coopersol (Cooperativa Regional Solidaria de Catadores de Residuos Solidos), de Jales
Categoria Empreendedora Individual
.Gislaine de Fátima Centenaro Marcandali, do Dublê Lavatório Portátil, de São Paulo
.Vania Aparecida Andreassa, do Studio NVK, de Serrana
.Taís das Graças Carvalho Gigliotti da Silva, da Um Sonho Confecções, de Cruzeiro

Comentários