O trânsito e suas consequências

Por Camila Assis de Souza e Sílvio Paula Ribeiro
Hoje nós desprezamos o transporte coletivo, que, de acordo com alguns especialistas, é mais barato e politicamente correto. Todos nós sonhamos adquirir uma moto ou carro zero, pensando na praticidade que é ter nosso próprio veículo, pois poderíamos ir aonde quiséssemos, num dia de sol ou de chuva, sem depender de carona ou ônibus. Isso seria perfeito se soubéssemos a lidar com essa situação, mas infelizmente não é assim que acontece, pois, com o aumento do fluxo de veículos nas vias urbanas, as pessoas ainda não têm consciência da importância da educação no trânsito e não entendem que a falta de respeito tem como consequência acidentes, muitas vezes fatais.
Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, ocorreu um crescimento considerável em relação aos custos com internações de motociclistas, pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2011, houve um aumento de 113%, em relação ao ano de 2008, o que, em valores, significa R$ 96 milhões.
O número de mortes também aumentou: chegou a 21% no ano passado, considerando o ano de 2008. A maioria dos mortos são homens e 40% com faixa etária entre 20 e 29 anos, ou seja, jovens que acabaram de adquirir habilitação, ou que, talvez por não terem sido bem instruídos ou por irresponsabilidade mesmo, pensam que podem tudo, sobretudo quando estão alcoolizados. Esses jovens saem provocando acidentes e, como consequência, perdem sua vida ou tiram a vida e saúde de pessoas inocentes.
Como os números só aumentam nas pesquisas, emerge um questionamento: Por que isso acontece com frequência? Observamos que não são apenas os fatores imprudência e irresponsabilidade que tornam nosso trânsito mais perigoso e violento a cada dia; há outro número que influencia muito o alto índice de acidentes e mortes: o aumento da frota de veículos, tanto de motos como de carros. Esse crescimento desordenado decorre das facilidades ofertadas pelas concessionárias de veículos. O fato não aumenta somente a frota, cresce também o alto índice de pessoas que optam pelo financiamento de carro ou moto. Às vezes essas pessoas não fazem um planejamento do orçamento familiar adequado e não conseguem honrar o compromisso financeiro com as financiadoras, de que resulta o crescimento do número de inadimplentes no mercado.
Pelas alegadas economia e praticidade, muitos preferem a motocicleta: gasta menos combustível e permite o pilotar em meio aos carros, "costurando" pela cidade. Transitando de maneira errada, o motoqueiro argumenta que, com essa conduta, chegará mais rápido e ficará pouco tempo preso em grandes congestionamentos e semáforos, esquecendo-se de que pode pôr em risco sua vida, a vida de crianças e pessoas inocentes.
É fundamental que respeitemos uns ao outros quando estamos dirigindo, pois só o fato de estarmos na rua nos confere o risco de presenciar ou vivenciar um acidente. Devemos ser cautelosos e responsáveis para que os números, nas próximas pesquisas, diminuam, pois, se essa porcentagem continuar a crescer, você também poderá estar incluído nas próximas estatísticas referentes a vítimas de acidentes de trânsito.
Para quem pretende comprar um veículo financiado, é importante fazer um orçamento correto: devemos colocar "na ponta do lápis" não só o valor das parcelas, mas também os gastos mensais e anuais, como combustíveis, manutenção, desvalorização, impostos e licenciamento. A outra – e melhor – opção é que você se torne um cidadão politicamente correto, preferindo o transporte coletivo, que é mais barato e muito mais seguro! Camila Assis de Souza: Acadêmica do curso de Direito da UFMS – Campus de Três Lagoas. E-mail: Camila.Assis@sanesul.ms.gov.br Sílvio Paula Ribeiro: Professor Mestre do curso de Ciências Contábeis da UFMS – Campus de Três Lagoas. E-mail: spribeiro@hotmail.com

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