As razões do coração

Adelvair David
www.addavid.blogspot.com

Basta que uma dor se apresente onde quer que seja e logo corações beneméritos estendem a mão em auxílio de alguma forma.
O homem comum não compreende estes movimentos caritativos. O limite estreito onde se detém não lhe permite alcançar as razões que faz com que pessoas desconhecidas se preocupem umas com as outras; que seres que não possuindo quase nada, ainda encontrem algo para dividir.
É o coração humano, que tem suas próprias razões para se importar com o seu semelhante. Estas estão ligadas a uma capacidade natural que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa. Assim como os músculos necessitam de exercícios apropriados para atingirem seu desempenho, o coração também deve ser cuidadosamente preparado para percepções mais delicadas, que não exigem força, mas sim sensibilidade.
De todas as experiências humanas, a mais significativa e que traz mais crescimento moral e espiritual, traduzindo de forma efetiva a natureza divina de cada pessoa, é a de conviver nas fronteiras das dificuldades alheias. Ali acontece de tudo; privações, dores, indigências, lágrimas, humilhações e mais... Aquele que se permite servir não será mais o mesmo. Impossível auxiliar uma dor e permanecer enrijecido para as decisões nobres e elevadas da vida. Ocorre sempre um fenômeno muito interessante no coração de quem auxilia, é uma boa inquietação que nasce e aumenta a cada instante, uma ternura que faz com que a lembrança do sofrimento do outro se traduza em lágrimas e se tenha vontade de ir em seu socorro.
Assim, quem procede desta maneira, torna-se instrumento dócil das forças divinas, que através dos seus mensageiros encontram farta disponibilidade, seja ela material e ou espiritual para que a vontade de Deus seja cumprida, a de fazer com que as suas bênçãos chegue até o necessitado.
Aquele que ocupa suas horas atendendo aos convites do coração encontrará sem reservas muitas razões para amar. Se assim não fosse o Senhor Jesus não nos teria dito que a mesma felicidade que desejamos para nós, deveríamos primeiro proporcioná-las ao nosso semelhante. "Ama ao teu próximo como a ti mesmo".
Que não se preocupe o homem em apresentar suas mãos a serviço do coração, não irá manchá-las como alegam alguns; findando a tarefa, elas estarão mais límpidas e luminosas, sem as nódoas da indiferença e dos crimes do passado. A única coisa que pode prender as mãos do homem, é usá-las para prejudicar o seu semelhante em quem se encarcera até o pagamento do último ceitil moral que deva, assim asseverou Jesus.
Desdobrando o coração em doação, a criatura humana se despirá da presunção e vestirá a humildade, única túnica aceita no reino dos céus.
O CORAÇÃO SEMPRE TERÁ MUITAS RAZÕES PARA AMAR E CONSEQUENTE SER FELIZ.

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