*José Renato Nalini
A realização da COP30 no Brasil foi
o gatilho para que a questão climática entrasse no radar de todos e não saísse
mais. E tem de ser assim mesmo. O maior desafio já enfrentado pela humanidade é
o aquecimento global, gerado pela excessiva emissão de gases perniciosos,
causadores do efeito-estufa.
Este ano de 2025 será o terceiro
mais quente da História que o ser humano construiu no planeta. As ondas de
calor causam mortes e incrementam comorbidade que não existiria se não
tivéssemos destruído a cobertura vegetal que nos aguardava quando começamos a
densificar a ocupação do solo. Os sistemas de saúde acusam muitas internações
durante esse período. O calor não vai aparecer no assento de óbito das pessoas.
Mas é aquilo que provocou AVC, enfarte, embolia, outras enfermidades
cardiorespiratórias que matam de forma adoidada.
Por isso, cuidar do clima é cuidar
da saúde. É economizar. Fica muito mais barato multiplicar o número de árvores
de uma cidade do que construir novos hospitais. Estes, só se tornam necessários
por causa de nossa omissão ao cuidar da Terra.
A economia depende do clima. As
altas temperaturas atrapalham o cultivo. As tempestades acabam com as lavouras.
O desmoronamento de casas requer reconstrução e isso custa dinheiro. Até o
esporte fica prejudicado por causa do clima.
Tamires, jogadora de futebol que
disputou duas Copas do Mundo, assinou uma carta em que afirma que a mudança
climática é um dos adversários mais difíceis que os atletas enfrentam. Jogar
futebol no Brasil passa a ser uma aventura perigosa. E isso vale para os demais
esportes: corrida, tênis, voleibol, basquete, etc.
Por isso é que, a despeito dos
resultados concretos da COP30, é preciso estar atento e não descuidar do mínimo
zelo em relação ao ambiente. A urgência maior é o plantio de árvores. Somos
fabricantes de desertos. A motosserra destrói em alguns minutos aquilo que a
natureza levou séculos para nos oferecer.
Triste animal o homem: considera-se
racional, mas age de maneira tal, que a irracionalidade parece constituir sua
mais típica característica.
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

Comentários
Postar um comentário