Se o inferno existisse, seria obra de terrorista

por  José Reis Chaves

O título desta coluna deveria ser assim: “Se o Inferno existisse mesmo do jeito que ele foi e é entendido errônea e milenarmente, ele seria obra de um terrorista”. Mas tal título seria impróprio para um jornal.

Deus é onipotente, onisciente, onipresente, amorável, imutável, justíssimo, de misericórdia infinita, sempiterno, incriado, todo-poderoso e tudo mais de bom que possamos imaginar!

E vamos a um exemplo desses atributos, o de que Ele é onisciente, sabedor, pois, de tudo sobre os seres que Ele cria, e até mesmo antes de os criar. Quando Ele então já sabendo, pois, antecipadamente, de um futuro de condenação sempiterna ou para sempre para um de seus filhos que Ele quer criar com amor infinito teria tal final de terríveis sofrimentos infernais para todas as eternidades, esse Deus de misericórdia e amor infinitos jamais o criaria. E assim, o Inferno tal qual foi imaginado pelos teólogos de sofrimento sempiterno ou sem fim que cheira terrorismo, e que não pode ter sido criado por Deus, não existe mesmo, pois é incompatível com a grandeza da misericórdia e do amor infinitos de Deus, sem acepção, para com todos seus filhos segundo São Pedro “ em Atos 10:34-35, e São Paulo em Romanos 2:11

Ademais, Deus não sofre com nossos pecados, e Ele não seria, como se diz, “besta” de dar-nos o livre-arbítrio para cometermos pecados que resultassem em “pedras” em seus “sapatos”. Mas de fato, nenhum pecado atinge Deus, já que Ele é um Ser como que se fosse vacinado contra qualquer mal. “Se pecas, que mal lhe causas tu?” (Jó 35: 6-8; Isaias 59:1-2).  E Deus nos proíbe cometermos pecados, pois eles, de acordo com a Lei Moral Divina de Causa e Efeito ou do Retorno, além do mal ao nosso semelhante, nos fazem sofrer também, pois colhemos o que semeamos. “A Cada um será dado segundo suas obras.”  (Mateus 16: 27).

E vejamos que essa colheita é temporal e não sempiterna ou para sempre, pois quando se paga o seu último centavo (Mateus 5:26), não vamos pagar mais nada

E isso nos demonstra que aquele inferno sempiterno ou para sempre, durando por todas as eternidades e que até cheira terrorismo, não existe mesmo e menos ainda como se fosse criação de Deus que jamais seria um terrorista! Uns teólogos ensinaram que os pecados, por serem contra um Ser de Amor Infinito, Deus, merecem também penas de um Inferno sempiterno com seus dolorosos sofrimentos. Mas como vimos, os nossos pecados não atingem Deus. Eles atingem os nossos semelhantes e, por consequência, pela citada Lei de Causa e Efeito ou do Retorno, atingem tamém os autores dos pecados! Como se vê, Deus condena o pecado, porque ele é um mal para alguém e para seu autor!

José Reis Chaves é professor aposentado de português e literatura, formado na PUC Minas, ex-seminarista Redentorista, jornalista, escritor, entre seus livros: "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Ed. EBM-Megalivros, SP, ambos lançados também em Inglês nos Estados Unidos e tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, Ed. Chico Xavier. contato@editorachicoxavier.com.br Cássia e Cléia. Programa “Presença Espírita na Bíblia, na TV Mundo Maior” e coluna no jornal O Tempo de Belo Horizonte. Vídeos de palestras e entrevistas em TVs no Youtube e Facebook. Email: jreischaves@gmail.com).


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