*José Renato Nalini
Os mais inteligentes já perceberam
que reflorestar não é somente algo ético – devolver à natureza o que dela se
subtraiu – mas um negócio lucrativo, mais do que outros caracterizados pela
predação.
É o que faz a Re.green, uma empresa
de restauração ecológica, que a partir de áreas com milhares de hectares
desmatados há décadas, ou até há séculos, faz com que elas retornem, o máximo
possível, à condição original.
Hoje possui quase quarenta mil
hectares de áreas, na Mata Atlântica e na Amazônia. Chega a convencer o
pecuarista de que plantar árvores dá mais lucro do que criar gado.
A ideia de formar uma empresa
especializada em reflorestar foi de gente dotada de consciência ecológica: João
Moreira Salles e Armínio Fraga. O atual CEO, Thiago Picolo, diz que há
concorrência e também de peso: a Biomas, formada por seis grandes empresas:
Suzano, Vale, Itaú, Santander, Marfrig e Rabobank.
Os projetos da Re-Green são chamados
ARR – Aflorestamento, Reflorestamento e Revegetação, com plantio de novas
árvores e recuperação de áreas degradadas.
Seria importante que essa ideia se
disseminasse por todo o Brasil e que em cada um dos 5.570 municípios, houvesse
a formação de cooperativas de replantio, com a participação da comunidade,
porque é só com mais verde que o Brasil vai conseguir menos morte.
A natureza está muito ressentida,
depois de tantos maus tratos, e responde como ela sabe: com tempestades,
vendavais, chuvas violentas, seguidas de seca inclemente, causadora das ilhas
de calor. Que matam mais do que as ondas de frio.
Se a humanidade tiver juízo, se
tornará uma eficiente plantadora de novas florestas. Há sempre um espaço a ser
restaurado e a árvore, em nossos dias, é uma necessidade vital, além de ser a
melhor amiga do ser humano.
Numa era de más notícias, é sempre
importante encontrar bons exemplos e melhores práticas. Não é impossível
reproduzi-las, na proporção das possibilidades de cada interessado em devolver
à natureza o que dela extraímos sem piedade.
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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