*José Renato Nalini
Quando se vê tamanha devastação na
cobertura vegetal que mingua e desaparece, a poluição atmosférica, do solo, da
água e sonora, chega-se a um estágio de desalento do qual não é fácil sair.
Em compensação, há coisas
acontecendo que permitem a retomada de uma discreta esperança. Por exemplo:
Anderson Maurício, que mora em Vila Itaim, Zona Leste da Capital, criou uma
horta em sistema de agrofloresta no quintal de sua casa.
Com isso, melhorou não apenas a sua
saúde física e mental, como a dos vizinhos. Compartilha alimentos frescos com
os moradores da região e conseguiu que vários também passassem a plantar. Viver
com o produto da terra, sem agrotóxicos que matam, é o ideal para uma humanidade
perdida em consumismo e fabricante não só de desertos, como de montanhas e
montanhas de lixo.
A iniciativa espontânea e baseada no
amor pela natureza, é bem exitosa. Ele consegue fazer funcionar uma rede de
troca de alimentos orgânicos. Ele é filho de feirantes, sempre teve contato com
o cultivo de alimentos, mas fez também um curso de agrofloresta. Hoje são doze
casas que participam do projeto. A implantação de uma horta orgânica em casa é
prática simples e pouco dispendiosa. Iniciativa que representa ainda um caso de
sucesso em educação ambiental na prática. Não basta ser simpatizante. É preciso
ser de fato amigo da natureza.
Como vantagem, a obtenção de
alimentos frescos e livres de venenos, a propiciar alimentação mais rica em
fibras, vitaminas e minerais. Ajuda a prevenir doenças crônicas tais como
obesidade, diabetes e hipertensão.
Mirem-se no exemplo de Anderson
Maurício e formem também suas hortas orgânicas. Não é preciso grande extensão
de terra para isso.
*José
Renato Nalini é Secretário-Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo.

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