Natal movimenta o comércio e redobra a atenção com acidentes oculares entre crianças


Riscos podem ser reduzidos com supervisão, escolha adequada e respeito à faixa etária dos brinquedos, explica oftalmologista
 


Foto: Imagem de freepik


Com a aproximação do Natal, escolher presentes para as crianças costuma trazer encanto, alegria e expectativa. No entanto, em meio à variedade de opções disponíveis, é essencial que adultos fiquem atentos aos riscos associados a alguns brinquedos. Presentear é um gesto de carinho, mas a segurança deve ser sempre o primeiro critério — especialmente quando se trata da saúde ocular.
 

Segundo a oftalmologista do IOBH – Instituto de Olhos de Belo Horizonte, Dra. Juliane Coelho Ricciardi, muitos acidentes poderiam ser evitados com a simples verificação da faixa etária indicada na embalagem. “Qualquer brinquedo que não seja adequado a idade para a qual foi criado pode causar danos sérios. Por isso, sempre reforço que é fundamental checar se o item corresponde ao desenvolvimento da criança”, explica. A médica destaca ainda que objetos com pontas ou componentes pequenos representam perigo, independentemente da fase da infância: “Partes pontiagudas e peças que se soltam aumentam muito as chances de atingir os olhos”.
 

Entre as opções mais perigosas, os lasers continuam sendo motivo de alerta. “Não devemos ofertar brinquedos com laser para crianças. Eles representam risco direto para a retina e podem provocar lesão irreversível, chegando a comprometer permanentemente a região central da visão”, afirma. Esse tipo de feixe, quando direcionado ao próprio rosto ou ao olhar de terceiros, pode resultar em cegueira permanente.
 

A escolha inadequada também favorece acidentes típicos das festas de fim de ano. De acordo com a especialista, os traumas mais comuns são contusões e perfurações no globo ocular, lacerações das pálpebras, além de queimaduras químicas e térmicas. “Infelizmente, essas situações acontecem com frequência no Natal, especialmente quando há aglomeração de crianças brincando simultaneamente ou quando fogos de artifício estão por perto”, observa.
 

Após qualquer impacto nos olhos, algumas reações exigem atenção imediata. A oftalmologista alerta para sinais como dor intensa, lacrimejamento excessivo, manchas escuras na visão, sensibilidade à luz, sangramento ou dificuldade de abrir as pálpebras. “Diante de qualquer suspeita de trauma, os responsáveis precisam buscar atendimento especializado o mais rápido possível”, reforça.
 

Em caso de acidente, a conduta correta faz diferença. “Nos traumas contusos ou penetrantes, é indispensável cobrir o olho afetado (com um curativo limpo ou proteção similar) e levar a criança rapidamente ao oftalmologista”, orienta. Se houver contato com substâncias químicas ou presença de corpo estranho — como glitter, areia, poeira ou pedaços de brinquedo — a recomendação é lavar o olho imediatamente com água corrente ou soro fisiológico, cobrir e procurar avaliação médica urgente.
 

Alguns itens devem ser evitados por completo nas mãos dos pequenos. “Brinquedos com pontas, muitas peças pequenas ou laser, além de fogos de artifício, não são apropriados para crianças”, destaca. A especialista ressalta também que a certificação do produto faz diferença na segurança: “Brinquedos certificados passam por testes rigorosos e são desenvolvidos especificamente para cada idade, o que reduz muito o risco de acidentes”.
 

Caso ocorra qualquer incidente ocular, a orientação é buscar o quanto antes um oftalmopediatra. “Sempre que houver trauma ocular, a avaliação especializada é fundamental para evitar sequelas”, conclui.
 

Por fim, medidas simples ajudam a prevenir acidentes durante as comemorações. “Avaliar previamente o brinquedo antes de entregá-lo, observar para qual faixa etária ele foi criado e supervisionar a criança, especialmente em ambientes com fogos de artifício, são atitudes essenciais para manter a diversão sem sustos”, finaliza a Dra. Juliane Coelho Ricciardi, oftalmologista do IOBH - Instituto de Olhos de Belo Horizonte.

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