Padre Eduardo Rodrigues Magnani, Coordenador Diocesano de Pastoral
O ano de 2026 desponta no horizonte eclesial não como uma
simples mudança de calendário, mas como um desdobramento profético. Acabamos de
atravessar o Grande Jubileu de 2025, um tempo de graça onde bebemos da fonte da
misericórdia e renovamos nossa fé. Agora, com as sandálias ainda empoeiradas da
caminhada jubilar, somos convocados a um novo passo: a implantação do Sínodo e
a realização da nossa Assembleia Diocesana.
Muitas vezes, corremos o risco de olhar para as assembleias
e reuniões da Igreja como meros eventos administrativos ou burocráticos. É
preciso mudar o olhar. A caminhada de 2026 é, essencialmente, um Kairós, um
tempo favorável de Deus em nossa história.
A Assembleia Diocesana não é um lugar para preencher
formulários ou discutir estatísticas frias; é o cenáculo onde, sob a luz do
Espírito Santo, discernimos os caminhos da evangelização para os próximos anos.
É o momento de transformar a "escuta" que fizemos durante o processo
sinodal, durante as nossas assembleias comunitárias, paroquiais e setoriais
como escuta pastoral para apontar caminhos.
A sinodalidade, que tanto o saudoso Papa Francisco nos
pediu, ganha corpo na corresponsabilidade. Não existe uma Igreja de
"espectadores" e outra de "atores". O clero e o laicato,
cada um em sua vocação específica, são chamados a segurar as mãos e desenhar,
juntos, o rosto da nossa Diocese.
Nesta caminhada rumo à Assembleia Diocesana, o protagonismo
dos leigos e leigas é fundamental. É na base, nas comunidades, nas pastorais,
movimentos e organismos, que o coração da Igreja bate mais forte. Construir
este planejamento pastoral de forma conjunta é o que garante que as nossas
decisões não sejam apenas palavras no papel, mas vida que pulsa em cada
paróquia, quase paróquia e comunidades.
Uma Igreja que se fecha em si mesma adoece. Por isso, a
caminhada de 2026 nos provoca um movimento de saída. O processo sinodal nos
ensinou que a escuta deve chegar àqueles que o mundo muitas vezes ignora.
Os nossos encaminhamentos para a Assembleia Diocesana devem
priorizar as periferias existenciais: os afastados, os adolescentes, jovens sem
esperança, as famílias feridas e todos aqueles que aguardam, talvez sem saber,
por uma centelha do Evangelho. Ser uma "Igreja Sinodal" é ter a
coragem de alargar a tenda e garantir que ninguém se sinta excluído da mesa do
Senhor.
Iniciamos 2026 como verdadeiros Peregrinos de Esperança. Que
o eco do Jubileu que celebramos nos impulsione a não ter medo do novo. A
Assembleia Diocesana é o nosso porto e, ao mesmo tempo, o nosso ponto de
partida.
Que cada agente de pastoral, cada presbítero, diácono,
seminaristas, religiosos e religiosas, cada fiel, cada paróquia, quase paróquia
e comunidade se sinta parte viva deste corpo. O Espírito sopra sobre a nossa
Diocese; cabe a nós abrirmos as velas e navegar com coragem.

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