Inclusão da inteligência artificial na segurança pública: modernização com limites e controles em debate



Com o avanço das tecnologias, a adoção de inteligência artificial pela segurança pública brasileira se tornou uma realidade, e está remodelando a forma como as polícias do país monitoram, investigam e respondem ao crime. Uma realidade que parecia tão distante, agora está avançando cada vez mais pela necessidade de respostas mais ágeis e eficientes. 

No Brasil, as tecnologias mais presentes entre as polícias são o uso de drones, sistemas de reconhecimento facial, monitoramento inteligente e integração de câmeras corporais, sendo um exemplo real do uso de inteligência artificial o projeto “Smart Sampa”, em São Paulo, que reúne mais de 30 mil câmeras integradas em algoritmos de IA, usadas para localização de desaparecidos, identificação de procurados pela justiça e apoio a ações investigativas em larga escala.

Para o especialista em segurança pública e autor do livro Segurança Pública e o Uso da Inteligência Artificial, Coronel Antonio Branco (foto), a expansão da IA representa uma virada significativa na forma de planejar e executar operações. Igualmente, ele destaca que a tecnologia deve servir como reforço, não como substituto da atuação humana. “Quando bem usada, a IA permite que uma equipe enxergue padrões que seriam invisíveis em meio ao volume de dados que lidamos diariamente”, afirma. 

Entretanto, o avanço do uso de ferramentas tecnológicas exige mais responsabilidades. Nos últimos meses, o Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou diretrizes com regras para o uso da IA em investigações e ações de inteligência, estabelecendo transparência e proporcionalidade, para garantir que o uso dessas tecnologias respeite direitos fundamentais. 

Para Branco, o desafio não está apenas em adotar novas ferramentas, mas em garantir que elas funcionem a favor do Estado e do cidadão, e não contra sua liberdade e privacidade. Desta forma, a discussão sobre IA na segurança pública, não é apenas tecnológica, mas social e ética. Cabe ao poder público, às instituições e à sociedade manter o debate vivo e transparente, garantindo que a inovação caminhe lado a lado com a proteção dos direitos da população.

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