Empresas devem se preparar já para a Reforma Tributária do Consumo, alerta especialista em finanças


A reforma será implantada de forma gradativa, respeitando um período de transição que vai até 2033

foto/Divulgação

A Reforma Tributária do Consumo já é uma realidade em processo de implantação no Brasil, e as empresas precisam começar imediatamente a se preparar para essa transição. O alerta é do especialista em finanças Carlos Afonso (foto), do Grupo MCR Contabilidade e Auditoria, que reforça a importância de “deixar a casa em ordem” para evitar contratempos quando as novas regras entrarem em vigor.

Segundo Afonso, a reforma será implantada de forma gradativa, respeitando um período de transição que vai até 2033, quando os atuais tributos ICMS e ISS serão extintos. “É um prazo longo, mas necessário para que a mudança ocorra sem sobressaltos. No entanto, as empresas que deixarem os ajustes para a última hora podem enfrentar sérios problemas operacionais e financeiros já em 2026”, explica o especialista.

Empresas enquadradas nos regimes de Lucro Presumido ou Lucro Real devem revisar seus sistemas de gestão (ERPs) ainda em 2025 para incluir as novas alíquotas do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) nas notas fiscais.


Além disso, será necessário ajustar cadastros e compreender novas nomenclaturas que passarão a fazer parte do cotidiano tributário, como:

  • CST IBS/CBS – Código de Situação Tributária dos novos tributos;

  • cClassTrib – Natureza da operação tributária;

  • NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços) – Classificação de serviços e intangíveis;

  • indOp – Indicador da operação, conforme a Lei Complementar 214/2025.

“Essas atualizações exigem suporte direto das empresas desenvolvedoras de software e devem ser testadas até o final de 2025. Caso contrário, o risco é começar o ano seguinte sem conseguir emitir notas fiscais eletrônicas válidas, o que pode paralisar o faturamento e comprometer o fluxo de caixa”, alerta Afonso.

Para o especialista, o momento exige diálogo constante entre empresários, contadores e desenvolvedores de sistemas. “A reforma traz um desafio tecnológico sem precedentes. Ficar refém da inércia da software house pode colocar toda a operação da empresa em risco. É hora de agir preventivamente”, reforça.

As empresas optantes pelo Simples Nacional, segundo Afonso, estão em posição mais confortável neste primeiro momento, pois ficaram de fora da fase inicial de testes. Ainda assim, ele recomenda que essas organizações acompanhem de perto as mudanças para futuras adaptações.

Carlos Afonso reconhece que a Reforma Tributária do Consumo trará um período de aprendizado intenso para o empresariado brasileiro, mas destaca que a mudança é inevitável e deve ser encarada de forma estratégica.

“Assim como Roma não foi construída em um dia, a reforma também será um processo gradual. Cada empresa deve dar seus passos com planejamento e constância. Quem se antecipar sairá na frente, garantindo uma transição tranquila e sem sobressaltos”, conclui.

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