Adrilles assume presidência da Frente Parlamentar dos Artistas Livres e promete expulsar OS do Theatro Municipal



Parlamentar do União Brasil-SP quer combater “confinamento ideológico da produção cultural em São Paulo”; colegiado quer garantir liberdade de expressão e diversidade de pensamentos na Arte paulistana
 
O vereador da Câmara Municipal de São Paulo-SP Adrilles Jorge (União Brasil) foi empossado na tarde de terça-feira (18/11) como presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Movimento dos Artistas Livres. Abrigada no Auditório “Prestes Maia”, a cerimônia marcou o início do combate ao que o colegiado denomina de “confinamento ideológico da produção cultural”. Como primeira medida à frente do grupo, Adrilles promete pressionar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) a expulsar a Organização Social (OS) de Cultura Sustenidos, responsável pela administração do Theatro Municipal.
 
Na presença de representantes da Associação dos Artistas Livres, de produtores culturais e de lideranças independentes, o parlamentar do União Brasil, durante a solenidade de posse, pontuou sobre “o desserviço que presta a empresa Sustenidos em São Paulo”, em especial à classe cultural da cidade:
 
“Nosso objetivo não é fazer uma política cultural exclusivamente de Direita, mas, sim, valorizar o fomento cultural que acolha a todos. Por isso, buscamos extirpar a Sustenidos da Prefeitura de São Paulo, trazendo justiça cultural e ética para milhares de artistas paulistanos”, discursou Adrilles.
 
A Sustenidos é responsável pela administração do Theatro Municipal. Um dos seus funcionários, o gestor de elenco Pedro Guida compartilhou nas redes sociais, há dois meses, uma publicação, afirmando que o influenciador de direita norte-americano Charlie Kirk, executado com um tiro fatal no pescoço, “mereceu morrer por ser nazista”.
 
O assassinato ocorreu enquanto Kirk palestrava num evento, na Universidade Utah Valley, na cidade de Orem, nos Estados Unidos. Ele tinha 31 anos, era casado e tinha dois filhos. Desde então, Adrilles e outros vereadores pedem que a empresa deixe o contrato que tem com a Prefeitura de São Paulo.
 
Além de pressionar o Poder Executivo na expulsão da Sustenidos do Theatro Municipal, a Frente Parlamentar dos Artistas Livres dará início a uma série de reuniões, de audiências públicas e de visitas técnicas para mapear os desafios enfrentados pela categoria e propor soluções institucionais que defendam a liberdade de expressão e a diversidade de pensamentos.
 
Segundo o vereador do União Brasil, muitos artistas conservadores ou independentes enfrentam cancelamentos, exclusões e falta de acesso a editais e a equipamentos culturais, o que evidencia a necessidade de uma Frente Parlamentar Municipal “que atue com equilíbrio, transparência e defesa da liberdade de expressão”:
 
“Temos de assegurar que a Arte esteja livre de qualquer tipo de censura, patrulhamento ou monopólio ideológico. A Arte é território do povo, não de cartilhas. A Cultura só é verdadeiramente democrática quando acolhe a diversidade de pensamentos, estilos e manifestações, inclusive as que não seguem o padrão imposto pelos grupos que tradicionalmente dominam o setor”.
 
Compõem o colegiado, além de Adrilles, a vereadora Sonaira Fernandes (PL), vice-presidente; e a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil), secretária.
 
Também participaram da cerimônia de instalação da Frente Parlamentar, na Câmara Municipal de São Paulo, a vereador Janaína Paschoal (Progressistas) e o presidente da Associação dos Artistas Livres, o cineasta Josias Teófilo.

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