Professor da rede pública se reinventa no Paraná e utiliza a gamificação e a criatividade para ensinar

 

Educador da rede pública criou oficinas práticas e, hoje, lidera uma startup que ensina educação financeira por meio da gamificação

fotos/Divulgação Investeendo

Em 15 de outubro, celebra-se o Dia dos Professores, uma data que destaca a importância e o papel do professor na formação cidadã. No Paraná, o professor de biologia da rede pública Sam Adam Hoffmann precisou ressignificar seu papel como educador. Ele percebeu que ensinar conteúdos nos moldes convencionais já não despertava o interesse dos alunos. De acordo com ele, havia falta de engajamento nos assuntos abordados, então surgiu a necessidade de encontrar novos caminhos para lecionar. 

A solução foi realizar oficinas no contraturno, com atividades práticas e participativas. A participação não era obrigatória, mas duas turmas se formaram de forma espontânea, demonstrando que a maneira de ensinar reflete no engajamento dos estudantes. A metodologia, criada pelo professor, tinha a gamificação como base, fazendo com que a atenção e interesse nos temas abordados retornassem.    

“Quando comecei a usar os jogos e a gamificação nas minhas aulas, pude notar como a atenção e o interesse dos estudantes mudava, foi então que eu entendi que o problema não era eu, mas o modelo tradicional de ensino. A partir de então, sempre que possível, passei a adotar estratégias gamificadas de ensino para minhas aulas”, destaca Sam. 

Ludicidade e criatividade transformaram a relação dos alunos com o conteúdo

Nas oficinas, os temas eram sugeridos pelos próprios alunos, e o primeiro foi a anatomia. Mesmo sem laboratório e com poucos materiais, o tema se transformou em uma vivência colaborativa. Por meio da criatividade, ações lúdicas e a capacidade de se adaptar ao ambiente, o professor conseguiu ensinar o conteúdo. Entre as estratégias, estavam atividades conectadas ao cotidiano dos estudantes e táticas de gamificação offlines e analógicas.

Com o sucesso das oficinas, — tanto para os alunos, que estavam aprendendo, quanto para o professor, que sentia que o dever estava sendo cumprido —, o projeto logo se expandiu. Junto a um amigo, criaram o projeto Iniciativa Divulgadores, que levava oficinas práticas e gamificadas de ciências a escolas que atendiam comunidades em situação de vulnerabilidade. Em poucos meses, o projeto passou por mais de 30 escolas, até ser interrompido pela pandemia de Covid-19. 

Em meados de 2020, Sam se viu em um novo desafio. Novamente, a forma de ensinar não era interessante o suficiente para despertar a atenção nos conteúdos, pois diversos alunos estavam passando por situações complicadas em casa, seja pela doença estar infectando seus familiares ou até mesmo por problemas financeiros que impactavam a família — bastante comum, já que a escola era em uma região de baixo índice econômico. A partir disso, o professor percebeu que os assuntos tinham que ter relevância na vida pessoal de cada estudante.

Retorno ao presencial e novas necessidades

Com o retorno das aulas presenciais, o professor precisou novamente se reinventar. O cenário pós-pandemia era ainda mais desafiador, tanto pela falta de educação financeira das famílias, que automaticamente atinge os estudantes, quanto pelos problemas financeiros gerados no período. O novo foco passou a ser os assuntos financeiros, o empreendedorismo e as competências socioemocionais, sempre de forma lúdica e gamificada. A ideia evoluiu para a criação da Investeendo, startup fundada por Sam em parceria com as bancárias Vanessa Cristiane Motta de Matos e Mariana Motta de Matos, mãe e filha que se tornaram cofundadoras do projeto. 

A startup paranaense ensina educação financeira por meio da gamificação e já impactou mais de 6 mil jovens em três estados brasileiros. O primeiro jogo criado era físico — e ainda utilizado em diversas escolas públicas e privadas — mas logo vieram versões digitais. Hoje, os estudantes podem acessar o conteúdo por meio de um aplicativo em tablets ou em um totem que simula um caixa eletrônico, instalado dentro das salas.

Os jogos da Investeendo colocam os jovens no centro do processo, permitindo que assumam o papel de personagens ou gestores do mercado de investimentos e da bolsa de valores. “Por meio dos jogos e da gamificação, é possível fazer com que os estudantes aprendam na prática, de uma forma que simula a realidade, mas ainda mantendo o conteúdo pedagógico e o ambiente seguro para que os jovens possam sentir as consequências de suas ações”, afirma Sam. 

Após 10 anos no serviço público, o professor optou por se desligar para comandar a Investeendo. Hoje, ele continua ensinando — mas de forma reinventada, com base quase integral na ludicidade e na criatividade. Agora, o foco não é mais a biologia, e sim a educação financeira: dos juros compostos à poupança, todos os temas fazem parte do sonho de um professor que sempre quis aproximar o aprendizado da vida real. 

Sobre a Investeendo

A Investeendo é uma startup fundada por Sam Adam Hoffmann, Vanessa Cristiane Motta de Matos e Mariana Motta de Matos, que une educação financeira e gamificação para transformar a relação de jovens com o dinheiro. Surgida de um encontro inusitado entre um professor da rede pública do Paraná e duas bancárias, a iniciativa já impactou mais de 6 mil jovens em três estados brasileiros por meio de uma metodologia inclusiva baseada em jogos analógicos e aplicativos em totens digitais, implementada em mais de 40 instituições de ensino. Reconhecida por sua inovação, a Investeendo participou do programa Shark Tank Brasil, conquistando visibilidade nacional, foi a grande vencedora do 12º Prêmio Legado de Empreendedorismo Social, recebeu o prêmio em 1º no Inovativa como a melhor startup em educação e foi uma das startups que receberam o selo Latam de Inovação da América Latina.  Para mais informações, acesse https://www.investeendo.com/ e acompanhe nas redes sociais (@investeendo_edu) e no LinkedIn: Investeendo.

Comentários