Os caminhos dos queijos paulistas -

 


por Itamar Borges

 deputado estadual

 

 O governo estadual cria as Rotas dos Queijos de São Paulo e mostra o potencial de produtos que são premiados internacionalmente, mas precisam ser mais conhecidos internamente

 

Muitas vezes, quando pensamos na riqueza gastronômica de São Paulo, o que vem à cabeça é a variedade de opções, nacionais e internacionais, dos restaurantes da capital. Alguns, mundialmente conhecidos, outros quase secretos, ajudaram a desenvolver a fama da cidade. Mas, além disso, temos um interior que cada vez mais é revelado e descoberto por seu potencial turístico e gastronômico que tem como motor, na maioria das vezes, nossa produção rural.

 

Já são conhecidas algumas rotas turísticas que se espalham por diferentes regiões paulistas. Algumas delas são já tradicionais, como a Rota do Café de Serra Negra, a Roteiro do Vinho de São Roque e o Circuito das Frutas que se estende por diversas cidades que incluem Jundiaí, Itatiba, Morungaba, entre outras. Agora, a essas rotas que dão água na boca, mais uma vem se somar. Ou melhor, algumas, mas todas dedicadas a um só produto, o queijo.

 

Recentemente, o governo estadual lançou As Rotas do Queijo de São Paulo. São ao todo nove roteiros que reúnem o melhor da produção artesanal de laticínios paulista. Divididas em Alta Paulista, Bandeirantes, Cuesta, Tiête e Itaqueri, Mantiqueira e Vale do Paraíba, Noroeste Paulista, Nascentes, Águas e Serras Paulistas, Sudoeste Paulista, Mogiana e Destinos e Experiências Queijeiras, elas englobam 74 municípios que traçam nossa herança cultural e gastronômica, e mantém a tradição artesanal da arte de fazer queijos.

 

Muito dessa conquista me dá um orgulho particular porque foi justamente uma ação lá de 2021, quando fui secretário de Agricultura de São Paulo, que impulsionou a indústria do queijo artesanal paulista e beneficiou um grande número de pequenos produtores rurais que antes sofriam com a dificuldade que a legislação impunha para que seus produtos pudessem ser comercializados.

 

O SISP Artesanal foi regulamentado pela Lei 17.453/2021 e pela Resolução SAA 22/2022 atendendo uma demanda que chegou através dos produtores. A partir disso, pudemos criar essa política inovadora que regularizou e valorizou as queijarias e a agroindústria artesanal em nosso estado. Ela reconheceu a importância cultural, gastronômica e econômica do trabalho que centenas de propriedades rurais estavam realizando.

 

Os resultados foram excelentes. Em apenas dois anos os estabelecimentos regularizados no setor da agroindústria artesanal passaram de 40 para mais de 230, sendo 100 deles apenas dedicados à produção de queijos. Esses números fizeram dessa ação o maior programa de regularização da agroindústria de pequeno porte do Brasil.

 

Ela garantiu, aos produtores, acesso à formalização e ampliação do mercado, e para a população local, a criação de mais empregos rurais e desenvolvimento regional, que agora vem a se somar com o investimento no turismo através da criação dessas rotas que prometem levar mais paulistanos a conhecer alguns dos produtos que fazemos de melhor, mas que ainda precisam ser desvendados.

 

As Rotas do Queijo de São Paulo chegam para fortalecer um produto que já ganhou a atenção do mundo. No último Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, ou Mundial de Queijos da França, competição que reuniu 26 países e mais de 1.900 variedades do alimento, entre os 10 premiados com a medalha de ouro, quatro foram paulistas. Ou seja, temos qualidade, sabor e agora um caminho para descobri-los.

 

Essa conquista merece o reconhecimento de quem batalhou por isso como Christophe Faraud, presidente da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal. Também parabenizo ao governador Tarcísio de Freitas e aos secretários de Turismo, Roberto de Lucena, e ao de Agricultura, Guilherme Piai, pela sensibilidade de reconhecer o potencial de nossos produtos rurais e criarem essas rotas cheias de sabor.

 

 

 



Lançamento oficial das Rotas do Queijo de São Paulo no Mesa SP. 

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