“É muito triste quando um juiz do Supremo Tribunal Federal, ao deixar o seu trabalho, deixa duas canetadas aprovando aborto e aprovando enfermeiros e enfermeiras para fazer aborto. Que triste, que triste sina de um homem que, por ter nascido, agora quer favorecer o infanticídio e a morte das crianças”, disse o bispo de Formosa (GO), dom Adair José Guimarães sobre o voto do ministro Luís Roberto Barroso, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a favor da descriminalização do aborto a partir da 12ª semana de gestação no Brasil.
Barroso deu o seu voto em sessão virtual extraordinária do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, na sexta-feira (17), um dia antes de sua aposentadoria.
Em sua homilia em uma missa com a celebração do sacramento da Crisma ontem (19), na paróquia Cristo Rei, em Formosa, dom Adair comentou sobre o Evangelho doa dia, que “nos apresenta uma viúva perseverante que clama por justiça diante de um juiz indiferente” e “Jesus a propõe como modelo de oração confiante”.
“A Igreja do Brasil, como esta viúva, diante de um juiz, pede a Deus para que o aborto não seja legalizado no Brasil”, disse o bispo.
Sem citar o diretamente o nome de Luís Roberto Barroso, mas fazendo referência a ele, dom Adair disse acreditar que “no lugar dele agirá, não um juiz humano, mas um juiz divino para tocar o coração dos seus pares” para que “este absurdo não encontre guarida na nossa nação”.
“Um país que aprova aborto, ele despreza o ser humano na sua mais profunda dignidade que é o embrião, o feto em formação no ventre materno”, acrescentou.
O bispo ressaltou ainda que o aborto “não é uma questão religiosa apenas”, mas “uma questão de princípio e de fundamento”, “uma questão antropológica, filosófica”.
“Defender a vida é algo que transcende a própria religião”, disse o bispo. “O bom senso humano deve dar guarida à proteção à vida. Nós não podemos nunca negar isso. A vida humana possui um valor absoluto e insubstituível”.
O bispo disse haver “hipocrisia” no mundo em que as pessoas defendem “tartarugas, ovos de peixes”, mas são “a favor de matar o embrião humano”.
“É a cultura woke. É o relativismo. É o feminismo”, disse, ressaltando que são “todas essas ideologias desfavoráveis aos valores e, sobretudo, os valores da fé”.
Dirigindo-se aos crismandos, dom Adair disse que a Crisma “, transforma o nosso medo em fé, a dúvida em coragem, a timidez em ardor”.
“Como homens e mulheres que vão se tornar adultos, agora na fé pelo Espírito Santo, e adultos também na idade”, disse, incentivando-os a serem “sejam homens e mulheres da coragem e da fé para testemunhar o amor de Deus lá dentro da universidade, onde às vezes o ambiente não é favorável à fé, ambientes dominados por ideologias, ambiente dominado pela perseguição à fé e à igreja, e vocês vão ser lá testemunhas”.
Àqueles que têm a vocação ao matrimônio, o bispo os exortou a “serem testemunhas de bons pais, de boas mães, que vão ter os filhos que Deus quiser” e que “não vão aderir ao relativismo que odeia as crianças, que não quer ter filhos”.
“Que vocês tomem posse desta coragem, como esposo, como esposa no futuro, ter os filhos que Deus quiser, não ceder aos anticoncepcionais, não ceder ao DIU, não ceder ao aborto, não ceder aos meios anticoncepção, que desagradam a Deus. Não ter medo de ser famílias com bons filhos e educá-los para serem fiéis à Igreja, fiéis ao Evangelho”, disse.
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