Oncopediatra Larissa Polis Moreira reforça os sintomas de câncer em crianças e adolescentes
Com foco na detecção precoce e, consequentemente, no aumento das chances de cura do câncer infantojuvenil, a campanha Setembro Dourado chama a atenção de famílias e da sociedade para o tema.
O câncer infantojuvenil representa entre 1% e 4% do total de casos de câncer registrados no país, mas é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estima-se que, em média, 8 mil novos casos sejam diagnosticados por ano no Brasil.
No Hospital Amaral Carvalho (HAC), referência em oncologia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o Estado de São Paulo, foram cadastrados 2.637 casos de câncer em pacientes até 19 anos entre 2000 e 2022. De 2018 a 2022, o câncer infantojuvenil correspondeu a 1,56% de todos os casos de câncer atendidos pela Instituição.
Tipos mais frequentes
Segundo a médica oncopediatra Larissa Polis Moreira, responsável pela Pediatria do HAC, os tipos mais comuns de câncer em crianças e adolescentes são as leucemias, seguidas pelos linfomas e pelos tumores do sistema nervoso central. “Aproximadamente, 30 por cento das neoplasias da infância são as leucemias, sendo a mais frequente a leucemia linfoide aguda, que corresponde de 80 a 85 por cento dos casos. Essa é a epidemiologia mundial: na infância, realmente, as leucemias são a principal causa de neoplasia infantojuvenil”, explica a especialista.
Atenção redobrada na adolescência
De acordo com o Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital Amaral Carvalho, os adolescentes entre 14 e 19 anos correspondem a grande parte dos diagnósticos. Para a médica, essa faixa etária merece atenção especial. “O adolescente acaba não percebendo os sintomas ou mesmo não relatando para os familiares, com medo de ter algum diagnóstico. É importante os familiares também ficarem atentos. Os tumores que acometem mais os adolescentes, como os linfomas e os tumores ósseos, têm alta chance de cura quando diagnosticados precocemente.”
Sinais de alerta
A especialista reforça alguns sintomas que exigem atenção e avaliação médica:
• palidez repentina;
• hematomas desproporcionais a traumas;
• perda de peso inexplicada;
• dores de cabeça persistentes, principalmente, acompanhadas de náusea e vômito;
• dores abdominais ou ósseas em progressão;
• ínguas endurecidas e de crescimento rápido;
• manchas brancas nos olhos;
• caroços em qualquer parte do corpo.
Chances de cura
O câncer infantojuvenil tem altas taxas de cura quando diagnosticado cedo. De acordo com o INCA, o índice médio de cura no Brasil é de 64%, mas pode ultrapassar 80% em alguns tipos de tumores, quando há diagnóstico precoce e acesso ao tratamento adequado.
“Temos tumores em que a chance de cura ultrapassa 90 por cento quando a criança chega cedo, com os sintomas iniciais”, destaca a médica. A campanha Setembro Dourado lembra que o medo do diagnóstico não deve atrasar o diagnóstico. Diante de sinais suspeitos, a criança deve ser levada ao médico, que precisa estar preparado para identificar os sintomas e encaminhar o paciente ao serviço de referência o mais breve possível.
Referência no SUS
Em 2024, a Pediatria do HAC registrou 701 pacientes atendidos, com 44.818 procedimentos realizados, provenientes de 107 municípios. Além de referência em oncologia infantojuvenil e em transplante de medula óssea, o hospital desempenha papel fundamental na capacitação de profissionais da rede básica, para que reconheçam precocemente os sinais da doença e encaminhem os pacientes de forma ágil.
Serviço
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HAC apoia campanha Setembro Dourado, que visa a conscientização e a detecção precoce do câncer infantojuvenil |
No Hospital Amaral Carvalho, o atendimento pelo SUS é realizado mediante cadastro em sistema da Secretaria da Saúde de cada município; para orientações, o contato é pelo telefone (14) 3602-1191. Informações sobre atendimentos particulares ou via convênios podem ser obtidas pelo número (14) 3602-1182.
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