Fluxos migratórios brasileiros em Portugal e Espanha: entre elites, baixa renda e investidores, mudanças legislativas em curso

A advogada internacional Juciana Correa destaca um panorama migratório brasileiro em transformação: do perfil mais abastado ao patrão de menor renda, seguido por uma nova onda de investidores. Esse movimento, aliado ao crescente fluxo do Norte e Nordeste do Brasil, tem influenciado ajustes legislativos em Portugal e Espanha e atraído também atenção de imigrantes angolanos e sul-americanos.

A advogada Juciana de Souza Correa, atuante desde 2017 em Portugal e atualmente também na Espanha, observa uma sequência de perfis migratórios entre brasileiros: inicialmente migrantes com maior condição financeira; em seguida, aumento de pessoas com menor poder aquisitivo, principalmente oriundas do Norte e Nordeste do Brasil; e agora, uma nova leva de investidores com bom capital. Esse fenômeno tem motivado reformulações legais nos sistemas de imigração desses países.

“Há uma sucessão demográfica clara: primeiro chegam investidores; depois, pessoas em situação mais vulnerável; agora, retornamos à presença de brasileiros que vêm para investir”, explica Juciana Correa.

Além disso, o escritório da Dra. Juciana recebe demandas de cidadãos angolanos e de outros países da América do Sul, reforçando seu papel no Direito Internacional e Imigratório.

Dados Migratórios Oficiais

Segundo o Relatório de Migrações e Asilo 2023 da AIMA, os números de residentes estrangeiros em Portugal alcançaram 1.044.606 em 2023, com brasileiros representando 35,3% desse total, sendo a comunidade estrangeira mais expressiva no país.

Um possível subdimensionamento da realidade

Fabiano de Abreu Rodrigues, assessor lusófono e parceiro do escritório via iMF Press Global, afirma que os dados oficiais são limitados. Ele destaca que mudanças no sistema AIMA e dificuldades de rastreamento tornaram os números dispersos e subestimados, especialmente pela presença significativa de pessoas em situação irregular.

O Jornal Paivense, em levantamento junto a vilas e aldeias, aponta um número muito maior: estima-se que mais de 600 mil brasileiros residam no país, com base em constatações locais sobre densidade populacional e regularização por processos recentes.

“Os dados oficiais não refletem a extensão real do fenômeno. A informalidade e a fluidez das rotas dificultam a construção de um retrato fiel da imigração”, comenta Fabiano.

Implicações e próximos passos

Esse dinamismo nos perfis migratórios, da vinda de investidores à chegada de imigrantes com menos recursos, tem impulsionado alterações nas legislações de imigração em Portugal e Espanha, em busca de equilibrar controle, mercado de trabalho e integração social. O escritório da Dra. Juciana Correa continua monitorando essas transformações, atendendo demandas transnacionais e adaptando sua atuação conforme o contexto regional evolui.

---

Fonte Jurídica
Dra. Juciana de Souza Correa — advogada com mais de 14 anos de experiência em Direito Imigratório, Internacional e Empresarial. Formada no Brasil e com mestrado em Direito Empresarial Internacional por instituição portuguesa. Atua em assessoria jurídica na iMF Press Global (OAB/PR 71070; Ordem dos Advogados de Portugal 57172P).