Professor da Unesp é escolhido para presidir o Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp


Carlos Graeff, da Faculdade de Ciências do câmpus de Bauru, foi nomeado nesta semana para um mandato de três anos no CTA-Fapesp; conheça os eixos que orientam a proposta de trabalho do pesquisador paulista


Marcos Jorge / ACI Unesp

Nomeado nesta semana pelo governador Tarcísio de Freitas, o físico, professor e pesquisador da Unesp Carlos Frederico de Oliveira Graeff, de 57 anos, assume como diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um dos postos mais importantes da fundação que é o pilar do desenvolvimento científico e tecnológico paulista nas últimas seis décadas.

Com uma trajetória que perpassa de alguma forma pelas três universidades estaduais paulistas --Unesp, Unicamp e USP-- Carlos Graeff é professor da Faculdade de Ciências do câmpus de Bauru da Unesp, foi pró-reitor de pesquisa da Universidade de 2017 a 2020 e coordenador de ensino superior da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo em 2023. Nos dois últimos anos, atuava na coordenação de programas estratégicos e infraestrutura da Fapesp.

Pesquisador respeitado na área de materiais, o docente graduou-se pelo Instituto de Física "Gleb Wataghin" da Unicamp, instituição em que concluiu o mestrado e o doutorado antes dos 30 anos, e obteve a livre-docência na USP, universidade na qual lecionou de 1996 a 2006, ano de ingresso na Unesp. A vida como cientista teve também significativa influência familiar, especialmente do pai, Frederico Guilherme Graeff, médico e reconhecido neurocientista, membro titular da Academia Brasileira de Ciências.

No documento que deu base à sua candidatura ao cargo de diretor-presidente do CTA da Fapesp, Carlos Graeff valoriza a missão institucional da fundação, indutora de cooperação científica e apoiadora de dezenas de milhares de pesquisadores que compõem o sistema paulista de ciência, tecnologia e inovação. "Seria muito importante que este modelo que existe em São Paulo, com uma agência com autonomia financeira e com autonomia administrativa, também houvesse em outros estados brasileiros, porque é esta independência que faz com que a Fapesp seja tão relevante no cenário nacional e internacional", afirma o pesquisador. 

Em conversa com o Jornal da Unesp, Carlos Graeff disse entender como um dos principais desafios postos atualmente a procura por maneiras de viabilizar uma aproximação maior da Fapesp com o governo estadual, de maneira a buscar mais efetividade em políticas públicas. "É muito importante que possamos ampliar e melhorar as ações junto ao governo do estado, em especial para a solução dos problemas da população paulista e, se possível, com esta integração da chamada quádrupla hélice (da inovação), que envolve academia, governo, sociedade civil e o setor produtivo. Temos este desafio de incrementar mecanismos que facilitem esse tipo de relação, com maior integração visando obviamente o bem-estar da população. Cooperação é a palavra-chave: trazer as pessoas para cooperar em torno de um objetivo comum a ser atingido", diz.

Em sua proposta de trabalho, o pesquisador listou quatro eixos estratégicos relacionados a desafios e oportunidades que se apresentam para os próximos anos da Fapesp: impulsionar a inovação e o empreendedorismo; modernizar a gestão e a infraestrutura, com a implementação de ferramentas digitais que otimizem processos e projetos; fortalecer a comunicação e a difusão do conhecimento científico; e ampliar a articulação institucional.

Como meios de implementação da proposta, o pesquisador cita que a "Fapesp já dispõe de mecanismos eficazes para induzir" a integração e o espírito de cooperação entre os vários atores envolvidos no sistema de ciência, tecnologia e inovação paulista, citando dois programas específicos: o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (PPPP) e os Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs). Este último abriu um canal de diálogo com as universidades estaduais paulistas que levou em 2024 à construção conjunta de editais para um investimento total de R$ 10 milhões para pesquisas científicas voltadas à área de tecnologias assistivas no estado de São Paulo --o CCD busca incentivar estudos direcionados à resolução de questões sociais conhecidas, em parcerias com instâncias governamentais e entidades da iniciativa privada e também do terceiro setor.

"Os CCDs fazem parte de experiências que a Fapesp desenvolveu nos últimos anos que vão muito nesta direção do tipo de instrumentos que eu acredito que sejam os ideais para esta cooperação entre vários atores", afirma Carlos Graeff.

Leia a reportagem completa no portal da Unesp.

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