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Profissionais de hospitais e santas casas da região noroeste paulista durante o treinamento para abordagem familiar (foto/ascomhospital de base/divulgação) |
Aumentar o número de famílias que dizem “sim” e aceitam que os órgãos da pessoa que acabou de morrer sejam doados e salvem várias vidas. Este é o objetivo do evento que reúne 56 profissionais de saúde de 23 hospitais – incluindo equipe da ,Santa Casa de Jales – ciparam de treinamento oferecido pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base, de Rio Preto, para abordagem familiar em momento da região noroeste, na sexta-feira (4) e no sábado (5 ) no Hotel Hyatt Place São José do Rio Preto. Realizado pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base de Rio Preto, o encontro teve por objetivo discutir processos e ações que aprimorem ainda mais a doação de órgãos para salvar mais vidas.
Durante o encontro da sexta-feira, os profissionais participam do Curso de Comunicação em Situações Críticas, realizado em parceria com a Central de Transplantes de Santa Catarina, que visa orientar sobre a melhor maneira de lidar com o luto e como conduzir a comunicação de más notícias. O treinamento é baseado no protocolo espanhol de abordagem familiar e inclui um simulado do processo de solicitação de doação de órgãos, entre outros tópicos.
Já no sábado, os profissionais participam de um curso para diagnóstico de morte encefálica, realizado em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), que aborda as habilidades técnicas, éticas e jurídicas necessárias.
“A região noroeste de Estado já tem conseguido importantes avanços nesta área, e eventos como o desta semana colaboram para registrarmos 47 doadores de órgãos por milhão de habitantes, índice muito próximo da Espanha, referência para o mundo, com 50 doadores por milhão”, afirma o médico nefrologista João Fernando Picollo de Oliveira, coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital de Base de Rio Preto. A região noroeste paulista registra, portanto, quase o dobro da média do Estado de São Paulo, de 21 doadores por milhão. O índice regional também é superior ao nacional, que são 18 doadores por milhão. Cada doador pode salvar até 8 vidas.
A região noroeste paulista destaca-se em meio à realidade difícil no país. Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o grande desafio do Brasil é conseguir mais doadores e autorização das famílias.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, até 2 de julho deste ano, 46.450 mil pessoas aguardam por doação de órgãos em todo o país, sendo 27.193 homens e 19.257 mulheres. Dentre os órgãos mais solicitados, destaque para rim (43.016), fígado (2.337) e coração (452). Já a fila de espera para transplante de córnea contabiliza 32.640 pessoas, sendo 14.484 homens e 18.156 mulheres.
Tantas famílias dizendo “sim” em momento tão difícil, de perda de ente querido, é resultado de trabalho longo, iniciado pela OPO do HB 15 anos atrás e que hoje envolve 23 hospitais. “Nós começamos a capacitar os profissionais em 2010 num trabalho que envolve o conhecimento, o empenho e a dedicação de profissionais da área da saúde destes hospitais cientes de como conversar com as famílias e, se aceita a doação, prontos para a captação dos órgãos”, ressalta Dr. Picollo.
Dados estatísticos
Atualmente, no Brasil, a taxa de autorização das famílias é 45% e na região de Rio Preto esse número é de 65%. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial em doação e transplantes de órgãos, garantido de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por financiar e fazer mais de 88% de todos os transplantes de órgãos do país, além de fornecer integralmente os medicamentos imunossupressores, necessários por toda a vida dos pacientes transplantados.
O curso contou com médicos, psicólogos e profissionais do Hospital Padre Albino, Santa Casa de Fernandópolis, Hospital Emílio Carlos, de Catanduva, Santa de Casa de Jales, de Votuporanga e de São José do Rio Preto, e do Hospital de Base, Hospital da Criança e Maternidade (HCM), Austa Hospital, Beneficência Portuguesa e Hospital Hapvida, entre outros.
Dados Estatísticos
O Brasil alcançou, em 2024, o maior número de transplantes de órgãos e tecidos da história: foram mais de 30 mil procedimentos. O recorde anterior é de 2023, com 28.700 transplantes. O Ministério da Saúde possui parceria com companhias aéreas e convênio com a Força Aérea Brasileira (FAB) para transporte gratuito de órgãos e tecidos para transplante e tratamentos. Em 2024, foram 4.767 voos comerciais e 234 da FAB. (fonte: Hospital de Base rio Preto)
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