O
mês de abril de 2025 foi, não só para a Igreja, como para o mundo, um mês de
muitas emoções e acontecimentos, detendo a atenção sobre a questão da Igreja,
além dos momentos sublimes da Liturgia, onde se celebrou o Mistério Pascal de
Jesus, sua Paixão, Morte e Ressurreição. O Povo de Deus (a Igreja) acompanhou
seu pastor, Papa Francisco, num período de convalescença e internação.
Acompanhou com esperança e fé sua recuperação, na qual, no Domingo de Páscoa,
com sua bênção Urbi et Orbi - ainda que sussurrando as palavras -, trouxe um ar
de alegria que deixou o Domingo de Páscoa ainda mais festivo.
Na
manhã da segunda-feira da oitava de Páscoa, diante da notícia da morte de Papa
Francisco, a Igreja passou por dias de profunda tristeza e também esperança.
Tristeza pela morte do querido Papa Francisco, que, com seus 12 anos de
Pontificado, marcou a Igreja com características e projetos profundos. Podem-se
observar alguns pontos como: desde pessoalmente uma vida sóbria e com a
necessidade de proximidade e relações pessoais; abriu os olhos da Igreja, que
necessita abraçar e acalentar pobres, doentes e sofredores (como afirmou em sua
primeira Encíclica Evangelii Gaudium 49: “prefiro uma Igreja acidentada, ferida
e enlameada por ter saído pelas estradas...). Uma reflexão profunda sobre a
casa comum; a economia de Francisco; a constante oração e denúncia contra as
guerras e investimentos ilícitos com armamentos. Foi um pontificado atento aos
sinais dos tempos, com a coragem de continuar nos trilhos do Concílio Vaticano
II e ser uma Igreja Sinodal missionária.
Esperança,
que se conecta com o tema do ano: Peregrinos de Esperança neste Ano Jubilar;
Esperança com a eleição do cardeal Robert Francis Prevost como novo Papa, assumindo
o nome de Leão 14. Um nome que o próprio papa explicou como uma inspiração
pessoal o Papa Leão 13, citando sua Encíclica Rerum novarum, que “a Igreja
enfrentou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial;
e, hoje, a Igreja oferece a todos o seu patrimônio de doutrina social para
responder a uma nova revolução industrial e aos desenvolvimentos da
inteligência artificial”.
O
novo Papa em si também é sinal de esperança, norte-americano de nascimento, mas
com uma pastoral reconhecidamente latino-americana (sobretudo com o Peru).
Matemático, agostiniano, apresenta um olhar de abertura para o mundo,
verificado já em seu primeiro discurso, sublinhando o tema da paz e da
construção de pontes e, ainda, uma Igreja que caminhe junto e aberta a todos,
ou seja, uma Igreja sinodal e missionária.
De
Francisco a Leão, pode-se tomar um princípio de teologia da continuidade e
descontinuidade. Continuidade sendo uma Igreja sinodal, que caminha junto,
dialoga e aberta a todos. Com um discurso firme que se posiciona contra a
guerra, propondo “uma paz desarmada e desarmaste”. Todavia, veremos suas
novidades, ou descontinuidade. O novo papa tem seu direito e terá a
possibilidade de mostrar seu próprio modo de governar. E as novidades já
começaram: mais silencioso, tímido; com olhar atento; vêem-se lágrimas de
emoção que não se seguram ou se escondem; o papa já visitou, por duas vezes, o
túmulo de seu predecessor, Papa Francisco; teve experiência pastoral e curial,
poderá mover-se e continuar propondo reformas e mudanças.
Sobre
a proteção da Virgem Maria, mãe da Igreja, Papa Leão apresentou a Igreja “como
arca de Salvação e que oferece luz às noites escuras do mundo”. Vida longa ao
Papa Leão 14.
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