Paiva Netto
Recordei-me e foi publicada no segundo volume de Jesus e as Sete Igrejas da Ásia – Esmirna, livro reunido e
organizado pela Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, ilustrativa página de
autoria de Malba Tahan (1895-1974), que fui buscar em meus programas da série
radiofônica “Lições de Vida”. Li e comentei essa história durante nossas
irradiações de Boa Vontade, nos longínquos anos 1980. O seu conteúdo,
entretanto, continua atualíssimo, pois concorre para jogar luz ao nosso
entendimento dessa assertiva do Sublime Mestre, porquanto veremos a enorme
diferença entre conhecer e CONHECER (de fato). Seu título é
A menina e o velho marujo
Certa menina, que residia no interior de um país,
desejava conhecer o mar. Levada por sua família ao litoral, dirigiu-se a uma
praia e, depois de admirar deslumbrada por muito tempo as vagas que se desmanchavam
tranquilas em espumas sobre a areia, voltou ao hotel e, entrando na sala de
visitas, disse, alegre, aos que ali estavam:
— Já conheço o mar!
Entre os circunstantes havia um velho capitão de
navio que atravessara diversos oceanos, lutando com violentas tempestades, e
vira de perto os horrores das procelas marítimas. Logo que a menina afirmou,
satisfeitíssima, que conhecia o mar, o velho comandante, contemplando-a, disse:
— Eu também, minha menina, eu também o conheço.
Que diferença havia no sentido real dessas duas
afirmativas?
Muitos são aqueles que se acham iludidos, quando
julgam conhecer os seus deveres e responsabilidades.
Procuremos, portanto, ouvir, com a máxima atenção, os
ensinamentos de nossos mestres e de nossos guias.
É justamente o que
buscamos fazer aqui. Afinal, temos nas mãos o maior Compêndio da Sabedoria dos
Milênios, o Apocalipse de Jesus. Ao nos aprofundarmos nessa Epopeia Divina,
estaremos não apenas diante do mar a ser descoberto, mas seremos ensinados pelo
próprio Timoneiro Celeste — que nos conhece as aflições — a enfrentar, vencer e
sobreviver às procelas dantescas, que se avizinham de um mundo convulsionado.
É por tudo isso que jamais
devemos abdicar da prece, esse diálogo íntimo com Deus, com o Cristo e com o
Espírito Santo, de onde procede a ajuda particularíssima de nossos Anjos
Guardiães, Mentores Espirituais, Numes Tutelares, Espíritos Guias, como
quisermos chamá-los.
Quando você se encontrar
desesperado (ou desesperada): “Meu Deus,
não há quem me socorra!”, apele ao próprio Deus. Por que não?! Experimente.
“Ah, mas eu não tenho Fé nenhuma. A
maldade humana secou o meu sentimento.” Não pense assim, meu Irmão, não
pense assim, minha Irmã. Há sempre Esperança, ela não morre nunca, nunca, não
morre, não, porque a Esperança é Jesus! E Ele afiançou: “Eu não vos deixarei órfãos e estarei convosco, todos os dias, até o
fim dos tempos” (Evangelho, segundo João, 14:18; e Mateus, 28:20).
Prece para a Fartura Espiritual
Ao final dessa pérola que
nos trouxe o professor Júlio César de Mello e Souza, pela voz de seu famoso
pseudônimo, Malba Tahan, somos agraciados por uma sentida prece — à qual teci
alguns comentários — desse valente lidador da causa dos hansenianos. Por mais
de 10 anos, ele editou a revista Damião, que combatia o preconceito e apoiava a
humanização do tratamento e a reincorporação dos ex-enfermos à vida social.
Ó Deus, perdoa a pobreza, a pequenez, a puerilidade
dos nossos corações. Não escutes somente as nossas palavras [Senhor, que às vezes não
sabem dizer nada], mas sim os nossos
gemidos inexprimíveis; não atendas às nossas petições, mas ao clamor das nossas
necessidades [mais íntimas, que geralmente não podemos revelar ao mundo,
mas a Ti, sim. Quem pode esconder de Ti qualquer coisa que seja, Senhor?!].
Quantas vezes pedimos aquilo que possuímos e deixamos
inaproveitado!
[E, com isso, infringimos a Tua Sagrada Lei do Uso, ao não sabermos partilhar o
que temos sobejamente entre aqueles que de fato necessitam!] Quantas vezes sonhamos possuir aquilo que
[para o nosso próprio bem] nunca poderá
ser nosso [por ser supérfluo!].
Abençoa, Senhor, o
Espírito Eterno do nobre autor de Lendas do Céu e da Terra. Enche com Teu Amor
os nossos corações e os nossos Espíritos. E assim teremos em nós próprios a
maior de todas as riquezas, que és Tu mesmo no coração de Tuas criaturas. E,
para a salvação nossa, com essa integração em Ti, estaremos frente a frente com
a Sabedoria Espiritual da Experiência Vivida pela Eternidade!
Louvado seja Deus!
Louvado seja Nosso Senhor
Jesus Cristo, para sempre seja louvado!
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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