*José Renato Nalini
A COP30 será realizada em Belém do
Pará, no próximo novembro. É a oportunidade para o Brasil reafirmar a sua
posição de promissora potência verde, abandonar o famigerado título de “Pária
Ambiental” para retomar o seu protagonismo. Ou será mais uma chance perdida?
O ideal seria despertar a sociedade
civil, a única titular da soberania, para assumir o comando das discussões.
Muita gente desconhece o que é uma COP, a Conferência das Nações Unidas para
cuidar do Meio Ambiente. Esta será a trigésima reunião de mais de cento e
noventa países.
As três últimas COPs foram
comandadas por países produtores de petróleo. Por isso o tema da
descarbonização restou amortecido e não prosperou. Também falhou a COP29, em
Baku, no Azerbaijão, ao não conseguir o financiamento necessário para honrar os
compromissos assumidos nos encontros anteriores. São necessários um trilhão e
trezentos milhões de dólares, quando a promessa não passou desta última cifra:
trezentos milhões.
Terá o Brasil condições de impor aos
Estados partícipes a obrigação de honrarem os acordos firmados, principalmente
o de Paris? Haverá espaço para ratificar a urgência de medidas de
descarbonização? Abordar-se-á o desmatamento inclemente que afeta a
integralidade dos biomas pátrios, causa de trágica mudança no clima brasileiro
e mesmo internacional?
O que o Brasil dirá ao restante do
mundo, quando insiste em explorar petróleo na foz do Amazonas, mesmo ante a
advertência do IBAMA de que a área é sensível e que haverá muito risco para a
ecologia daquele espaço?
É muito importante que a cidadania
esclarecida cuide de fazer chegar ao governo as suas demandas. E estas não
podem ser diferentes daquelas propostas pela ciência. Se quisermos enfrentar as
emergências climáticas, deveremos adaptar as cidades para que seus habitantes
não pereçam. E isso não é tão difícil de fazer: é plantar árvores. Multiplicar
os plantios. Inundar as cidades de cobertura arbórea, porque essa é a mais
moderna e profícua tecnologia: tornar a cidade mais verde, para produzir
temperaturas mais amenas, gerar água e sombra, abrigar pessoas e fauna.
Qualquer pessoa pode participar dos
debates da COP e, mais do que isso, plantar, semear, salvar a cobertura
arbórea. Isso é mais importante do que qualquer discussão que se venha a travar
durante o encontro em Belém.
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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