Folhageral: A democracia, permitindo o voto livre dos cidadãos, afetada pelo atraso social, acabou favorecendo o populismo político
O Brasil é
um país grande, com imensos recursos naturais. Com 8,5 milhões de Km2, dos pontos extremos Norte a Sul mede 4.394 Km; e dos pontos extremos Leste a Oeste mede 4.319 Km. Hoje tem pouco mais de 200 milhões de habitantes.
Com o fim
do regime militar (1964 a 1985), especialmente nos anos de 1990 (nos governos de Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique) o Brasil abriu sua economia ao mercado mundial e ampliou sua participação política internacional.
A formação
do grupo de países chamado BRICS, a partir de 2009, que hoje reúne 10 nações que unidas buscam o desenvolvimento, fez com que o Brasil deixasse de ser considerado um país subdesenvolvido, porém um país emergente.
Ser um país
emergente significa ser um país “que cresce economicamente, amplia seu mercado consumidor interno e desenvolve socialmente sua população”, embora ainda continue sendo um país apartado dos países desenvolvidos.
Pode-se dizer
que desde o ano 1.500 – quando foi “descoberto” e colonizado pelos portugueses – o Brasil demorou cerca de 500 anos para sair do subdesenvolvimento e se tornar um país emergente, em vias de desenvolvimento.
Ocorre que,
no Brasil, essa ideia insistente de subdesenvolvimento (atraso) – patrocinada pelas elites administrativas, políticas e econômicas – sempre esteve ligada à ideia de que o subdesenvolvimento é necessário e só depois acontece o desenvolvimento.
A explicação
utilizada, para justificar a falsa ideia e enganar os descuidados, era esta: “Primeiro é preciso fazer o bolo crescer e depois repartir o bolo”. Ou seja, primeiro é preciso acumular a riqueza nas mãos de poucos e depois repartir com todos.
Estamos em 2025
e as elites continuam fazendo de tudo para não repartir o bolo da riqueza produzida no país. Segundo a organização Oxfam do Brasil, hoje menos 100 pessoas no Brasil têm a fortuna enorme de 146 bilhões de reais.
Mas essa visão
sobre a realidade do atraso existente no país permanece. As mudanças sociais e política sucedidas no Brasil adicionaram novos elementos que não são bons e estão atuando em manter-nos aprisionados no atraso.
A ignorância
das massas populares, sustentada pelo descaso com a educação e com a cidadania, assim como a manutenção da desigualdade social, contribuem para um atraso diversificado: econômico, tecnológico, social, cultural.
A democracia,
permitindo o voto livre dos cidadãos, afetada pelo atraso social, acabou favorecendo o populismo político. Naturalmente, as elites políticas aproveitam para fazer o povo oscilar entre regimes populistas autoritários.
Instituições
democráticas sólidas são cada vez mais necessárias para garantir os debates políticos exaltados no âmbito da elite política e do eleitorado. O país fica vulnerável a crises políticas internas e atrelado crises políticas internacionais.
Observadores
políticos se referem às eleições atualmente como sendo plebiscitárias. Os eleitores tomam decisões no sentido de aprovar ou desaprovar questões e interesses particulares, em vez de eleger candidatos com propostas econômicas, sociais e culturais.
Para piorar
o ambiente político, os meios de comunicação são utilizados para desinformar o público e desmoralizar os outros postulantes e ocupantes de cargos políticos. Isso mostra que as elites lançam mão de novos meios de manter o atraso no país.
Nosso país
passa por um tempo em que as intenções políticas não são expostas claramente e verdadeiramente à sociedade. Ainda estamos dentro de jogos políticos decorrentes da nossa história de atraso, desde os tempos coloniais.
De um lado,
há forças positivas exercidas por organizações sociais e científicas, em nível mundial, que impulsionam o progresso até como forma de sobrevivência no planeta. De outro lado, as elites políticas fazem mudanças para que tudo fique como está.
Por enquanto,
o Brasil progride e cresce aos poucos no cenário internacional, graças às suas potencialidades naturais e ao trabalho empreendedor do seu povo. Bom que, ao longo dos anos, as forças infrutíferas do atraso vão se render diante do processo civilizatório.
Temas ambientais
costumam ser tratados com simpatia, mas sem importância devida. A EMBRAPA divulgou que pesquisas feitas no Estado do Rio de Janeiro mostraram que as abelhas polinizam e promovem forte aumento na produtividade das lavouras de arroz.
Foram realizadas
comparações entre as produções de lavouras de arroz expostas às abelhas e lavouras de arroz protegidas das abelhas. Resultado: com as abelhas, mais grãos e grãos mais pesados. Conclusão: quem dá valor às abelhas, colhe mais.
De acordo
com o Dr. Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociência da USP, a cidade de São Paulo conta com um bom índice médio de cobertura vegetal. Mas há grande disparidade na distribuição das árvores entre os bairros.
As árvores
bloqueiam a incidência direta dos raios solares e tornam o clima mais úmido pelo processo de evapotranspiração. Uma cobertura vegetal ampla e uniforme seria essencial para reduzir os efeitos do aquecimento global em todos os bairros.
No geral,
cidades de São Paulo tem boa arborização. Há cerca de 650 mil árvores nas ruas e muitas outras em dezenas de parques. A cobertura vegetal é mais densa no Sul e no Norte do município, onde se encontram remanescentes de florestas.
Excluindo esses
remanescentes de florestas, São Paulo tem uma média estimada de 0,6 árvore por habitante. Mas essa relação varia drasticamente de acordo com a região. Precisa melhorar, pois as árvores também filtram a poluição ambiental, fixam carbono em sua madeira, aumentam a saúde e o bem estar das pessoas.
Em virtude
de uma delicada cirurgia em seus olhos, o PhD Psicopedagogo Dr. Flávio Rodrigo Masson Carvalho, que escreve semanalmente para este jornal digital, ficará ausente até a sua alta médica.
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