E afinal, como fica a comparação entre o futebol e as Câmaras de Vereadores do Brasil? Simples: ambos se desenvolveram e se estruturaram com leis, normativos, regras e técnicas. No entanto, o futebol não perdeu a criatividade. As Câmaras, sim.
A história
sobre os primórdios do futebol contém informações variadas. Há indícios de que o jogo de bola – praticado com os pés – existiu antigamente na China, no Japão, na Grécia e no Império Romano.
Os ingleses
não inventaram o futebol (“football”). Eles criaram a primeira associação de clubes de futebol no Século 19, em 1863 – The Football Association –, estabelecendo as primeiras regras oficiais para o esporte.
No Brasil,
destaca-se que o jovem brasileiro Charles Miller (filho de ingleses) trouxe da Inglaterra duas bolas de futebol, diversas camisetas e um livro de regras em 1894. No ano seguinte, ele organizou o primeiro jogo de futebol com regras no país.
Não há dúvida
que o futebol nasceu e cresceu popularmente, mas não ficou mal organizado. Foram criados times, associações, federações, confederações, ligas e outras entidades aderidas ao esporte. Hoje há regras bem definidas para tudo no futebol.
Na política
governamental, as Câmaras de Vereadores foram criadas na Antiga Roma, onde os edis se responsabilizavam pelo bem comum. No Brasil, a primeira Câmara foi criada em 1532, quando o Povoado de São Vicente (SP) foi elevado à categoria de Vila.
A partir da
primeira Constituição brasileira, outorgada pelo Imperador Dom Pedro I em 1824, as Câmaras de Vereadores se estabeleceram definitivamente. Começaram a se estruturar para favorecer a atuação dos legisladores municipais.
Pode parecer
uma insensatez ou extravagância fazer uma comparação entre o futebol e as Câmaras de Vereadores do Brasil. Mas em Jales os analistas lá do botequim da vila cometeram essa ousadia, talvez forçados pela escassez de assuntos políticos.
Os analistas
começaram o bate-papo, confirmando que a Câmara Municipal de Jales possui 10 vereadores. Dividindo os 10 vereadores pelo número 2, constataram que dá para formar 5 duplas de vereadores aptas para trabalho na comunidade.
Fora das ocasiões
em que os vereadores participam de reuniões ordinárias, extraordinárias e outras, sobram muitas manhãs, tardes e noites para que as duplas se desloquem livremente pelos vários locais, setores e bairros da cidade.
Dessa forma,
a presença real e rotineira dos vereadores na vida da cidade – com simples aparelho celular em mãos – torna possível registrar fatos e depoimentos, solicitar providências, encaminhar soluções, esclarecer dúvidas e conceber boas políticas.
Como se sabe,
os vereadores aprovaram a TIP – Taxa de Iluminação Pública, que é paga por todos os cidadãos contribuintes, com o propósito de financiar o serviço e as melhorias da iluminação. Portanto, assim os vereadores podem e devem verificar os resultados.
De igual forma,
é função dos vereadores acompanhar e fiscalizar os serviços prestados pelo Poder Executivo Municipal, que também são pagos pelos cidadãos contribuintes. Sugerir reparos e solicitar novos serviços faz parte da utilidade dos vereadores.
Vê-se que
uma ideia simples e pouca pretenciosa pode render grandes benefícios. Pode romper barreiras entre os vereadores e a população, engajar mais os vereadores na vida comunitária, envolver mais os cidadãos na política municipal.
E afinal,
como fica a comparação entre o futebol e as Câmaras de Vereadores do Brasil? Simples: ambos se desenvolveram e se estruturaram com leis, normativos, regras e técnicas. No entanto, o futebol não perdeu a criatividade. As Câmaras, sim.
Muitas vezes,
é difícil assistir aos trabalhos dos vereadores nas sessões ordinárias das Câmaras. Elas são realizadas no automatismo das rotinas, presas aos regulamentos e tradições. Acabam até se tornando distantes dos objetivos institucionais.
Claro que
não são apenas as comunidades que saem perdendo com a falta de ações criativas da parte dos vereadores. Os próprios vereadores se prejudicam politicamente, quando se mantém afastados do convívio dos cidadãos.
Os vereadores
não devem ir ao encontro das comunidades para se envolverem em discussões, para sofrerem nem praticarem contrariedades. Mas com o propósito de realizarem pequenos e diversificados trabalhos colaborativos de sua competência.
Na arrecadação
de impostos municipais, Jales (50 mil habitantes) continua na traseira de Santa Fé do Sul (35 mil habitantes). As arrecadações podem ser acompanhadas no Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo.
Na sexta-feira
(dia 20), às 13:30 horas, o Impostômetro acusou que Jales havia arrecadado R$ 7.333.398,48. E Santa Fé do Sul havia arrecadado R$ 10.489.863,90. Uma diferença de R$ 3.156.465,42 em favor de Santa Fé do Sul.
Em 29 de março,
das 14 às 16 horas, a Diocese e a Cáritas Diocesana de Jales vão realizar uma Plenária Diocesana de lançamento do Projeto Popular “O Brasil que queremos: o bem viver dos povos”. O evento acontecerá no Centro Pastoral da Catedral.
Esse Projeto
Popular para o Brasil é fruto da 6ª Semana Social Brasileira, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, entre 2020 a 2024, com o tema “Mutirão pela vida: por terra, teto e trabalho”.
A inspiração
veio das palavras do Papa Francisco em seu Encontro com os Movimentos Populares, em 2014: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem-terra, nenhum trabalhador sem direitos”. Merece reflexão de todos nós.
A cidade de
Jales é abastecida com água do Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do planeta. Mas o Aquífero Guarani precisa ser cuidado e reabastecido, tendo em vista que a urbanização no país afeta o nível das águas.
Estudantes
integrados a uma Escola Técnica Estadual (ETEC) de Ribeirão Preto (SP), estão desenvolvendo um projeto inovador para demonstrar os efeitos da urbanização na recarga do Aquífero Guarani.
Instalando
diferentes pavimentações numa área de terra, formando uma grande maquete, os estudantes vão acompanhar, ao longo de três anos, como será a absorção das águas das chuvas pela terra, consequentemente, como o aquífero é reabastecido.
A impermeabilização
urbana é um grande desafio que precisa ser enfrentado pelas cidades que dependem das águas acumuladas pelo Aquífero Guarani. Isso tem que estar na consciência de toda a população.
Comentários
Postar um comentário