Paiva Netto
Minhas Irmãs e meus
Amigos, minhas Amigas e meus Irmãos, na longeva jornada de Ecumenismo,
Fraternidade, Solidariedade, Compaixão, Generosidade, Entendimento, socorro
ininterrupto aos abandonados do mundo – do corpo e do Espírito – , nossa amada
Legião da Boa Vontade completa, em 1º de janeiro (Dia da Paz e da
Confraternização Universal) de 2025, 75
anos de profícua existência.
Logo, em minha Alma,
ressoam as primeiras notas daquela manhã de 29 de junho de 1956, quando fui
arrebatado por essa Causa Divina. São quase sete décadas de dedicação a ela.
Essas estradas de lutas palmilhadas pelo saudoso Fundador da LBV, Alziro Zarur
(1914-1979), que ficaram registradas em minha memória, ilustram a força dos
Ideais Fraternos dessa Sagrada Instituição, presentes desde o seu nascedouro.
Costumo afirmar às
crianças, aos jovens, aos homens e às mulheres, aos vovôs e às vovós de Boa
Vontade, em minhas preleções: o tempo vai passar de qualquer maneira. Não o
percamos. Gastemo-lo fazendo o Bem.
Parece que foi ontem...
Lembro-me como se fosse ontem: amanhecia aquele memorável 29 de junho – Dia de São Pedro e São Paulo. Era uma sexta-feira, e, como se estava no meio do ano, não fazia calor tão forte, o que era frequente no então Estado da Guanabara. Nasci na cidade do Rio de Janeiro, em 2 de março de 1941. Com 15 anos, num gesto intuitivo, liguei meu aparelho de rádio. Estava no ar a Tamoio. Vivíamos os festejos juninos. Surpreso, ouvi os acordes de uma tradicional canção natalina: Noite Feliz! — de Joseph Möhr (1792-1848) e Franz Grüber (1787-1863). Virei-me para minha saudosa mãe, Idalina Cecília de Paiva (1913-1994), e exclamei: Mãe, que coisa interessante! Música de Natal em junho?!
A Rádio Tamoio veiculava, naquela hora, o
programa Campanha da Boa Vontade. E
logo vibrou a palavra de Alziro Zarur. Esse fato mudou a minha vida, tal
qual a de tantos outros que aguardavam algo que lhes falasse o que precisavam
ouvir a respeito de Quem, no dizer de João Batista, nem somos
merecedores “de limpar-Lhe o pó das
sandálias”: Jesus! (Evangelho, segundo Marcos, 1:7).
Zarur entoava o “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos
de Boa Vontade!” (Boa Nova, consoante Lucas, 2:14). Naquela hora,
como que um raio desceu sobre mim, mas não me fulminou. Pelo contrário: percebi
que não sou apenas um produto da carne, posto que certa mentalidade por aí faz
alguns pensarem que este mundo seja um açougue. Tenho Espírito. Não em
resultado de combinações químicas cerebrais, porquanto a inteligência situa-se
além do corpo, como que havendo uma mente psíquica fora do cérebro somático.
(...) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir
de um pedaço de matéria que um dia se transformará na
rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza
as estrelas! É essencial ter, portanto, em nós um diapasão que ressoe na
grandeza de sua melodia. (...) No mesmo instante, virei-me para minha saudosa
mãe, Idalina Cecília de Paiva (1913-1994), e, decidido,
sentenciei: É com esse que eu vou!
Aprendi nestes anos
de vida legionária que ninguém faz nada sozinho. Nos 75 anos de trabalho na LBV – que luta ininterruptamente “por um Brasil melhor e por uma humanidade
mais feliz”, lema criado por Alziro Zarur, desde os seus primórdios – compartilho também essa marca com todos os que, com suas preces e apoio
às nossas iniciativas, formam a grande Família Fraternista da Boa Vontade de
Deus.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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