*José Renato Nalini
A chegada de mais um ano sempre
suscita uma série de reflexões. Sobrevivemos a mais um período de 365 dias e
noites. Chegamos vivos a mais um ano. E como todos os anos são significativos,
aqueles que terminam em zero ou cinco adquirem outra dimensão.
Chega-se a um quarto do tão esperado
Século 21. Só cinco anos nos separam do fatídico 2030, em que deveríamos
atingir o Net-zero nas emissões de carbono. Os ODS – Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável fixaram 2030 como ano-chave.
O Brasil, que deveria fazer
coincidir as eleições para que a cada dois anos não fosse necessária a
logística de requisitar prédios, convocar cidadãos para um trabalho que a
maioria não gosta de fazer, movimentar o Tesouro para fornecer dinheiro
destinado à propaganda eleitoral, terá novos prefeitos nos 5.570 municípios da
Federação.
Esperança de que seja levada a sério
a maior ameaça que já rondou a humanidade: as emergências climáticas.
Ninguém pode alegar ignorância. Os
fenômenos extremos já começaram e não vão cessar. Os Prefeitos têm uma enorme
responsabilidade nesses próximos quatro anos. Fazer valer as recomendações da
ciência. Estimular o comportamento de toda a sociedade, que precisa acordar e
deixar de atribuir toda a responsabilidade ao governo. As emergências
climáticas atingirão a todos, não é uma questão política ou ideológica.
Quem tiver juízo vai colaborar para
reduzir a emissão dos gases venenosos, para plantar mais árvores, para
economizar água e energia, para cuidar dos mais carentes e para fazer, de cada
cidade, um oásis de harmonia, com a certeza de que todos e cada um são
importantes nessa luta que não pode dispensar a ajuda de quem quer que seja.
Um ano novo é também a hora do
compromisso para fazer aquilo que não foi feito em 2024. Para renovar os
propósitos de mudança de rumo, principalmente para cuidar da alma, cuja
estética se chama ética. Cuidemos de nossas alminhas, façamos com que elas se
preocupem com o essencial e dispensem o acidental.
A vida é curta e frágil. Quantos
anos ainda viveremos? Quantas vezes ainda teremos o privilégio de abraçar as
pessoas queridas e dizer: “Feliz Ano Novo?”. Por isso, aproveitemos o momento
presente. O único tempo que, embora fugaz, é o que nos pertence. Feliz 2025
para todos!
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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