*José Renato Nalini
O Brasil tem muito a ganhar
aproximando-se, cada vez mais, da China. Esta gigantesca nação tem história
milenar e uma cultura sedimentada, que concilia a filosofia confuciana com
inequívoco avanço tecnológico. A redução da miséria, a estratégia utilizada para
alimentar mais de um bilhão representam sendas pedagógicas para um Brasil que
ainda precisa aprender a encarar seus problemas com seriedade e firmeza.
Ao visitar o Brasil para a reunião
do G20, o Presidente Zi Jinping escreveu um belo artigo para a FSP (17.11.2024,
p.A27). Nele, além de ressaltar a amizade que une os dois países, reafirma a
intenção de intensificar o relacionamento, para a obtenção de benefícios
recíprocos.
Não foi um texto formal, com aquelas
frases feitas por diplomatas, que procuram dizer o mínimo, da forma a mais
elegante e neutral que seja possível. Foi uma rara demonstração de carinho do
líder de uma potência que será em breve a maior do planeta, e do qual o Brasil
tem de se aproximar para aprender com a eficiência da expertise chinesa e para
garantir o aprimoramento da educação, da ciência e da tecnologia em nosso país.
Um trecho da fala escrita de Xi
Jinping é tocante: “O fato de que Cecilia Meireles e Machado de Assis, ambos
poetas e escritores brasileiros bem conhecidos, traduziram poemas da dinastia
chinesa Tang, reflete uma sinfonia mental entre os dois lados que transcende
tempo e espaço”. Acrescenta que, “nos últimos anos, músicas, danças,
gastronomias, esportes e artes passaram a ser as novas pontes que ligam os dois
povos e contribuem para o aprofundamento do conhecimento mútuo e amizade entre
os chineses e brasileiros”.
O Presidente chinês propõe
intensificação de interações e a celebração de convênios para intercâmbios
dinâmicos entre entidades subnacionais. É para a China que os municípios devem
mirar, quando quiserem obter contribuições nas áreas que ali obtiveram notável
desenvolvimento nas últimas décadas, colocando a grande nação em merecido
destaque na modernização do mundo e na construção da sustentabilidade. O
Presidente Xi Jinping lançou o convite: para construir um planeta sustentável,
é preciso produção e vida sustentáveis e convivência harmoniosa entre o homem e
a natureza. Vamos aproveitar a oportunidade e responder “sim”. Só temos a
ganhar.
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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