À medida que nos aproximamos do
Natal, somos convidados a refletir sobre como vivenciamos o renascimento de
Jesus Cristo. Este ano, marcado por importantes inovações tecnológicas, também
trouxe grandes desafios. Desastres climáticos causaram danos significativos ao
ecossistema, como enchentes, secas e queimadas. Além disso, crises geopolíticas
seguem ameaçando a paz mundial e atentam contra a dignidade humana. Esses
desafios nos impulsionam a buscar, no nascimento de Jesus, a luz para um mundo
novo.
Nesse sentido, São João Paulo II, na
Urbi et Orbi do ano 2000, afirma que
“no Natal encontram-se o tempo e o eterno, Deus na humanidade e a humanidade em
Deus”. Em outras palavras, Jesus assume a natureza humana para redimir e salvar
a humanidade, de modo que a profecia do Emanuel se cumpre (cf. Is 7,14). No
Natal, o infinito de Deus toca as limitações humanas, revelando um amor que,
embora se manifeste em nosso tempo, não é passageiro, mas nos conduz à
plenitude da vida. Assim, ao celebrar o Natal do Senhor, as pessoas são
chamadas a deixar Cristo renascer em seus corações e transformar suas vidas
(cf. CIC, 526).
A vinda de Cristo, em uma realidade
marcada pela desigualdade, assume uma dimensão sociotransformadora. Como Maria
canta no Magnificat, o Filho de Deus exaltou os humildes e derrubou os
poderosos de seus tronos (cf. Lc 1,52). O nascimento de Cristo em um estábulo,
cercado por animais e simples pastores, revela o amor de Deus pela criação e o
valor de cada criatura. Em sua humildade, Ele ensina que a verdadeira grandeza
está na simplicidade e no serviço ao próximo.
Jesus, Maria e José, sem abrigo nas
hospedarias (cf. Lc 2,7), vivenciam a condição das pessoas que sofrem com a
indiferença e desigualdade social. Quantas vezes fechamos os corações aos
nossos irmãos e irmãs, com nossa indiferença? Em nossas famílias, quantas vezes
deixamos de compreender as necessidades uns dos outros, priorizando nossos
interesses? Portanto, é necessário que todos se empenhem, coletivamente, na
luta por uma sociedade onde cada pessoa viva com dignidade e com as condições
necessárias ao seu desenvolvimento integral (cf. FT, 118).
A visita dos magos, guiados pela luz
do oriente, (cf. Mt 2,1-12) assinala Cristo como a esperança que habita na
humanidade e que acolhe, sem distinção, todas as pessoas que o buscam. Em meio
aos desafios da vida pessoal e social, as pessoas não conseguem discernir o
caminho a ser seguido. Dessa forma, Cristo nos encoraja a caminhar juntos e nos
agracia com o dom de sermos luz do mundo (cf. Mt 5,14), uns para com os
outros.
Neste Natal, caminhemos com alegria,
que o nascimento de Jesus nos inspire e nos una em um só coração. Que tenhamos
a coragem de reconhecer o que nos desafia abrindo-nos à luz de Cristo, nossa
esperança. Que, essas ações de amor e transformação sejam vivenciadas
diariamente no acolhimento e solidariedade. Inspirados pelo nascimento de
Cristo, enfim seremos agentes da transformação, na luta por um mundo renovado.
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