Sobre a coluna “Quando seremos componentes do Espírito Santo”, de 4-11-2024, farei uns comentários sobre ela, esclarecendo mais alguns de seus assuntos. Falo muito na Igreja e nos seus teólogos, porque somente ela e eles existiam naqueles tempos da criação do Espirito Santo.
Vamos começar falando um pouco da história da instituição da Santíssima Trindade que deu origem a inevitável criação do Espírito Santo, a fim de que ela fosse trina. Já existiam as trindades dos povos politeístas pagãos ou gentios. E a Igreja, para se aproximar deles, tratou de criar também logo a sua, apesar de ela ser fundamentada só no monoteísmo judeu e do próprio Jesus. Isso causou uma grande confusão entre os teólogos cristãos e que até hoje ainda causa polêmicas entre eles. (O espaço da coluna não me permite falar tudo). A Igreja justificou a Santíssima Trindade, dizendo que as Pessoas é que são três, mas Deus é um só. Porém, transformar Deus em pessoa é complicado e mais ainda em Três Pessoas. E isso vai também contra a imutabilidade de Deus que teria sido modificada.
E como já era muito conhecida a comunicação dos espíritos (“daimones”) através dos pneumatas, chamados de médiuns por Kardec, os teólogos da Igreja passaram a ensinar que para os leigos manifestavam-se os“daimones” (espíritos) maus, mas para as autoridades eclesiásticas, o papa e os bispos em concílios ecumênicos, manifestavam-se os “daimones” bons. Por oportuno, lembremo-nos de que “daimones” no grego da Bíblia eram tanto os espíritos bons como os maus e que foi com o decorrer dos séculos que passaram a ser tidos, erradamente, só como sendo maus. “Daimones” (demônios) são, pois, todos espíritos ou almas e não de outra categoria ou espécie de espíritos. Os teólogos precisam, pois, passar a ensinar essa verdade.
No fim da coluna citada no início desta, dissemos que a evolução dos espíritos é muito lenta e que nós precisamos de muitas reencarnações para nos tornarmos espíritos bons e até santos e, assim, sermos componentes da Terceira Pessoa Trinitária chamada de Espírito Santo. Retifico essa afirmação dizendo que, mesmo antes de sermos espíritos bons e até santos, já somos componentes do Espírito Santo, pois, para doutrina espírita, ele representa a verdade de que todos os espíritos (“daimones”) manifestantes tanto bons como maus, como se ele fosse um substantivo coletivo. Conferir essa verdade com são João na sua Primeira Carta 4: 1, que nos adverte para não darmos crédito a qualquer espírito. E é por isso que no Século V, na Vulgata Latina, são Jerônimo, fugindo da confusão, não fala em Espírito Santo, mas em espírito bom (Spiritus bonus).
José Reis Chaves é professor de português e literatura formado na PUC Minas, ex-seminarista Redentorista, jornalista, escritor, entre seus livros: "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Ed. EBM-Megalivros, SP, ambos lançados também em Inglês nos Estados Unidos e tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, Ed. Chico Xavier. contato@editorachicoxavier.com.br Cássia e Cléia. Programa “Presença Espírita na Bíblia, na TV Mundo Maior” e coluna no jornal O Tempo de Belo Horizonte. Vídeos de palestras e entrevistas em TVs no Youtube e Facebook.
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