Traduções bíblicas erradas de palingenesia


 José Reis Chaves

Quando o espiritismo ainda era pouco conhecido, ou seja, mais ou menos entre 1890 e 1920, os tradutores da Bíblia padres e pastores não deram muita importância às passagens originais dela com ideias espíritas em hebraico e grego, deixando-as passar para o português e outras línguas.

Porém, com a grande propagação do espiritismo, a partir da segunda metade do Século 20, os tradutores padres e pastores tiveram a sua atenção voltada para essas passagens bíblicas de conteúdos que lembram as ideias de manifestações de espíritos através dos médiuns,  cujo número passou a crescer muito como, aliás, atualmente, vem acontecendo mais ainda, confirmando as profecias bíblicas de Joel e lembradas por são Pedro (Livro de Atos 2: 14-38), quando disse: Vossos filhos e filhas profetizarão. Os jovens terão visões e os velhos terão sonhos. Espalharei também do meu Espírito (ideias divinas) sobre os meus servos e servas, e eles hão de profetizar em meu nome, naqueles dias... E, por oportuno, lembramos aqui que são as pessoas médiuns (no cristianismo primitivo pneumatas) que profetizarão “em meu nome”, o que quer dizer que não é o próprio Deus que profetizará, mas um espírito bom, bem evoluído ou santo enviado que, ‘em nome’ fará profecias (verdadeiras e não falsas) como nos ensina são João na sua Primeira Carta 4: 1, pedindo-nos para não darmos crédito a qualquer espírito). De fato, como Kardec explica, os profetas bíblicos são médiuns, ou seja, pessoas que recebem espíritos bons, santos, o que confere com o (melhor um) Espírito Santo da Terceira Pessoa Trinitária.  Daí que os teólogos trinitaristas ou criadores da Terceira Pessoa Trina ensinavam que para o clero manifestava-se o (um) Espírito Santo, já para os leigos manifestavam-se “daimones” (espíritos) maus ou ainda atrasados. Ora, se existem os “daimones” maus que se comunicam com os leigos, existem, também,  os “daimones” bons, isto é, os que se comunicam com o clero, e não o Espírito Santo da Terceira Pessoa, o que lembra também o ensino de João em sua Primeira Carta  4:1 acima citado.

  Por causa do espaço da coluna, vamos dar apenas dois exemplos  dos erros das traduções novas da Bíblia. Em São Mateus 19: 28; e Tito 3: 5, a palavra grega e também portuguesa ‘palingenesia’, que significa reencarnação, foi traduzida, erradamente, por ‘regeneração’, e truncados os dois textos bíblicos de Mateus e de Paulo a Tito, eliminando, totalmente, a ideia da reencarnação ou do ‘nascer de novo’ do espírito. A regeneração ocorre nos tempos da palingenesia, porém, palingenesia não significa regeneração mas reencarnação.

 E o mais lamentável desses erros das traduções novas da Bíblia é que eles são propositais!

José Reis Chaves é professor de português e literatura formado na PUC Minas,  jornalista, escritor, entre seus livros: "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência" e "A Face Oculta das Religiões", Ed. EBM-Megalivros, SP, ambos lançados também em Inglês nos Estados Unidos e tradutor de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Kardec, Ed. Chico Xavier.  contato@editorachicoxavier.com.br Cássia e Cléia. Programa “Presença Espírita na Bíblia, na TV Mundo Maior” e coluna no jornal O Tempo de Belo Horizonte. Vídeos de palestras e entrevistas em TVs no Youtube e Facebook. 

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