*José Renato Nalini
A transição energética é um dos
desafios para a humanidade nesta primeira metade do século 21, quando a
natureza resolveu responder aos inclementes ataques contra ela perpetrados pelo
homem. A energia tem de ser limpa, já que a suja é a causa do aquecimento
global e este gera mudanças climáticas hoje mais perigosas. Os fenômenos
extremos podem matar, desalojar milhões de pessoas, tornar grandes áreas
inabitáveis.
A Europa, sempre à frente em ciência
e tecnologia, já produz painéis solares tão pequenos, que podem ser instalados
na lateral da sacada e colocado na tomada para fornecer energia produzida
diretamente para uma residência.
Os painéis são levíssimos e produzem
eletricidade suficiente apenas para carregar um laptop ou uma geladeira. Mas
estão transformando os apartamentos alemães e promovendo verdadeira revolução
silenciosa. Põe à disposição do cidadão a energia vede, sem a necessidade de
grandes investimentos, contratação de técnicos ou uso de ferramentas especiais.
Mais de quinhentos mil sistemas já
funcionam na Alemanha, onde a lei permite a sua utilização. Com isso, a nação
ganhou 9 gigawatts a mais de capacidade fotovoltaica, o volume de energia solar
que um sistema produz.
Além do interesse doméstico, há um
interesse econômico nacional. A União Europeia quer se livrar da dependência do
gás natural russo. Por isso, precisa quadruplicar o volume de energia gerada
por fontes fotovoltaicas até 2030. Já era frequente o uso de painéis solares
nos telhados, como existem no Brasil. Eles estão cada vez mais baratos e são
produzidos na China e também agora em nosso país. Contribuiu para isso a
flexibilização legislativa, algo que o Brasil também precisaria promover, assim
como incentivar a população a procurar suas próprias fontes energéticas. O
monopólio propiciado às concessionárias, que não prestam contas ao munícipe,
nem ao município, é um estímulo a que se busquem outras alternativas e não se
dependa, exclusivamente, de empresas estrangeiras, mais interessadas na
potencialização de lucros do que na disseminação de práticas que favoreçam a
iniciativa cidadã em busca de energia limpa e de melhor qualidade de vida para
todos.
*José Renato Nalini é
Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e
Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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