Energia Pecém e Universidade Estadual do Ceará assinam parceria de R$ 2,5 milhões para desenvolver carvão híbrido a partir da biomassa de coco


 


Tecnologia, que será testada na usina de Pecém I, pode reduzir emissões entre 20% até 45%
 

A Energia Pecém e a Universidade Estadual do Ceará (UECE) assinaram nesta quarta-feira, 28, um memorando de entendimento para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) na produção de carvão híbrido a partir da biomassa de coco. O projeto, com previsão de duração de 36 meses, contará com investimento inicial de R$ 2,5 milhões da Energia Pecém.
 

O Carvão Híbrido, ou biocarvão, é um insumo energético mais sustentável, constituído a partir de resíduos da biomassa do coco. O foco da parceria entre a Energia Pecém e a UECE será a avaliação da queima associada entre o biocarvão e o carvão mineral para a geração de energia. A pesquisa visa ainda avaliar o uso do biocarvão produzido a partir de resíduos de esgoto pelo processamento termoquímico do lodo de estação de tratamento de esgoto.
 

O projeto terá 12 etapas a serem executadas, envolvendo desde a viabilidade técnica, econômica e ambiental até a tecnologia demonstrada em ambiente operacional nas instalações da usina com a substituição do carvão mineral por carvão sustentável de forma gradativa.
 

“Essa nova tecnologia produzirá novos combustíveis sólidos mais sustentáveis, os chamados “Carvões Híbridos”, que podem reduzir a emissão de CO2 na faixa de 20% a 45% como combustível da usina termoelétrica de Pecém I”, afirma Carlos Baldi, presidente da Energia Pecém. “Esse projeto vem para contribuir ainda mais para a redução de emissões na Pecém I, que vem sendo pioneira em diversos projetos em prol de uma transição energética mais justa e de menor impacto, e mostrando quão estratégica é a geração de energia a partir de fonte termelétrica”, diz.
 

O projeto fruto da parceria entre a Energia Pecém e a UECE busca atuar não somente na redução de resíduos de biomassa vegetal da região, mas também explorar o potencial energético desse material. A matéria-prima virá da região, a partir de uma operação logística aperfeiçoada.
 

A pesquisa envolverá profissionais capacitados, pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação vinculados à Uece e ao Instituto Desenvolvimento, Estratégia e Conhecimento (Idesco). “A Universidade Estadual do Ceará (Uece) participa dessa parceria através do Laboratório de Conversão Energética e Inovação, vinculado ao ambiente LAIS/UECE (Laboratórios Associados de Inovação e Sustentabilidade). Entendemos que o projeto contribui para além da iniciativa de descarbonização da térmica, ampliando a capacitação de recursos humanos especializado na área no estado do Ceará”, complementa Mona Lisa Moura, coordenadora do Projeto e professora da Uece.
 

O Brasil é o maior produtor de coco da América do Sul, com uma produção superior 2,7 milhões de toneladas do fruto no ano de 2022. O Ceará é o maior produtor nacional. São geradas mais de 2 milhões de toneladas de resíduos anualmente. Cerca de 70% do lixo gerado nas praias do Nordeste é composto por cascas de coco verde, material de difícil degradação.



Sobre a Energia Pecém
 

Localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a usina termelétrica Energia Pecém é um marco na produção de energia do Ceará e da região Nordeste com uma capacidade total de 720 MW – cerca de 50% da capacidade geradora de energia do estado do Ceará.
 

Dividida em duas unidades geradoras, cujas operações comerciais foram iniciadas, respectivamente, em dezembro de 2012 e maio de 2013, a usina tem capacidade máxima de geração de 5.500 gigawatts-hora, suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 5,6 milhões de habitantes. Desde 2012, a Energia Pecem investiu mais de R$ 70 milhões em iniciativas de pesquisa e desenvolvimento. A usina é controlada pela Mercurio Asset, que detém 80% de seu capital.

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