Não permita que os tumores brotem!


 

ACBG Brasil estimula o diagnóstico
precoce e a atenção aos sinais e sintomas, 
na 8ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço

 

A Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) realiza, neste mês de julho, a 8ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, com o tema “Vejo flores em você! Não permita que tumores brotem!”, que pretende alertar a população sobre a importância do autocuidado e atenção aos primeiros sinais e sintomas da doença.

Este ano A 8ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço ocorre até o dia 05 de agosto, em apoio ao combate ao câncer de pulmão e o PL 4047/2023, que institui a campanha "Agosto Branco", recém aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e agora segue para análise do Senado Federal. Assim sendo, temos o 27 de julho o dia mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço e 01 de agosto o dia mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, abordando a metástase de câncer de cabeça e pescoço que afeta o pulmão.

O objetivo principal é ampliar o número de diagnósticos precoces, evitando, assim, o crescente número de óbitos e mutilações graves que comprometem funções vitais dos pacientes como a fala, respiração, alimentação, visão, audição e cognição.

“Receber o diagnóstico de câncer ainda assusta as pessoas; elas se desesperam pelo estigma que a doença ainda tem junto à sociedade.  A medicina evoluiu muito e, nos diagnósticos precoces, muitos cânceres são curados. Os diagnósticos nesta região do corpo não podem continuar chegando tardiamente, pois causam mutilações irreversíveis", destaca a fundadora e presidente voluntária da ACBG Brasil, Melissa Medeiros. Melissa é sobrevivente de câncer de laringe, laringectomizada total e traqueostomizada definitiva, pessoa com deficiência física que demanda necessidades especiais.

Anualmente, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) registra cerca de 40 mil novos casos de tumores localizados na cabeça e pescoço. Estes dados incluem neoplasias que se originam em regiões das vias aéreo-digestivas, como cavidade oral, glândula tireoide e laringe.

O número evidencia a necessidade de mais prevenção, melhor diagnóstico e acesso ao tratamento para milhares de brasileiros.

Atenção aos sinais e sintomas e fatores de risco

Os tumores de cabeça e pescoço podem demorar para apresentar sintomas e, muitas vezes, são diagnosticados em estágios avançados.

O tratamento, que pode ser realizado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, tem a possibilidade de deixar sequelas irreversíveis, mexendo com a estética facial, com a deglutição e alimentação, com a fala e a voz.

Por isso, é importante conhecer e ficar atento aos sinais mais comuns destes tipos de tumores, como:

  • Ferida no rosto ou boca que não cicatriza;
  • Mancha avermelhada ou esbranquiçada nos lábios e cavidade oral
  • Dor persistente na região da face;
  • Obstrução persistente e sangramento nasal;
  • Alterações oculares (movimentação ocular ou visão);
  • Irritação ou dor na garganta;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Mau hálito frequente;
  • Dentes moles ou dor em torno deles.

E também evitar os principais fatores de risco:

  • Consumo de tabaco (todos os tipos de cigarros, charutos e cachimbos) e álcool;
  • Infecção viral pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente através de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral);
  • Consumo de bebidas quentes, principalmente as tradicionalmente servidas em temperaturas muito altas, como o chimarrão/mate;
  • Exposição excessiva ao sol (câncer de lábios, couro cabeludo);
  • Exposição durante o trabalho à poeira de madeira, poeira de têxteis, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno, produtos radioativos;
  • Infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa, uma manifestação do vírus transmitida por contato com outras salivas.

Defesa dos direitos do paciente

A presidente e fundadora da ACBG Brasil, Melissa Medeiros, destaca as conquistas alcançadas desde o lançamento da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. Em abril de 2022, foi sancionada a lei 14.328, que instituiu o mês de Julho como o Mês Nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço.

“Conseguimos junto ao Congresso Nacional instituir o mês de julho como mês de atenção ao câncer de cabeça e pescoço, que preconiza que as secretarias de saúde devem fazer ações preventivas e o diagnóstico precoce, que dê celeridade às cirurgias e a reabilitação. Mas isso precisa acontecer o ano inteiro, não apenas em julho”, ressalta.

Melissa afirma que, desde o início do trabalho nacional de conscientização sobre a doença, muitas pessoas pararam de fumar, buscaram diagnósticos precoces e começaram a se cuidar um pouco mais e aos seus familiares.

“Nosso trabalho em advocacy (defesa de direitos do paciente) conseguiu incorporar a laringe eletrônica na tabela do SUS, conquistou o reajuste no valor de reembolso da prótese traqueoesofágica (de voz), para dar acesso a todo paciente que perdeu suas cordas vocais na retirada do tumor. Porém, essas leis precisam ser cumpridas na ponta e nosso trabalho é fiscalizar e cobrar até que todas as vozes sejam ouvidas”, enfatiza.

A ACBG Brasil é integrante do Conselho Nacional de Saúde e também faz parte do Conselho Consultivo do INCA (Consinca), órgão que assessora o Ministério da Saúde nas propostas de formulação, regulamentação e supervisão das ações de oncologia no país. A ACBG Brasil também trabalha ativamente para que a nova Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), sancionada em dezembro de 2023, seja regulamentada e implementada, para melhorar a atenção integral ao paciente oncológico em nosso país.

A ACBG Brasil vai mobilizar uma rede de voluntários para que a Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço esteja presente, mais uma vez, em todos estados do Brasil, destacando ações de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, com a participação de pacientes, profissionais de saúde, autoridades e integrantes da sociedade civil.

Pelas redes sociais (instagram @acbgbrasil e facebook @acbgbrasil) será possível acompanhar as iniciativas e apoiar a ACBG Brasil.

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