*José Renato Nalini
A tríade ESG, em inglês
Environmental (Ambiente), Social e Governança, é uma tática utilizada para
fazer com que todos pensem na mudança climática. O aquecimento global gerou uma
situação de grande perigo para a humanidade. Muitas chuvas num lugar, muita
seca no outro. Tudo causado pela insanidade em persistir no uso de combustíveis
fósseis.
Uma empresa, instituição que
conseguiu sobreviver à sanha destruidora dos governos, tem os melhores elementos
para reagir e tentar impor uma ordem racional e moral ao mundo desgovernado.
Pensar conjuntamente em proteger a
natureza, preocupar-se com os desvalidos e gerir de forma adequada os
interesses de todos, seria um remédio eficaz para encarar o desastre.
É óbvio que os negacionistas recusem
valia a essa postura que lhes parece piegas. Os que só pensam no dia de hoje,
no dinheiro a curtíssimo prazo e não se interessam pelo futuro de seus próprios
descendentes, querem que a estratégia falhe.
Felizmente, as companhias de capital
aberto listadas na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, estão hoje mais
preocupadas com a transparência na divulgação das informações ESG. As boas
práticas precisam ser levadas a sério, como concluiu o estudo “Governança
Corporativa e o Mercado de Capitais” do ACI Institute. A pauta surge com
frequência maior nos formulários de referência, os documentos que as empresas
devem encaminhar à Bolsa.
O levantamento se baseou nos
formulários de 282 companhias abertas até maio de 2023. Além de preocupação
maior em dar transparência às ações pró ESG, as empresas tendem a atrelar tais
indicadores à remuneração variável de Conselhos de Administração e Executivos
Seniores com cargos mais altos.
É uma demonstração de que se
pretende atingir a consciência dos formadores de opinião. Os cargos mais
elevados são presumivelmente providos por pessoas de maior cultura e de melhor
qualificação profissional. Podem ser indutores da disseminação dessa cultura em
outros ambientes.
A transparência na divulgação
daquilo que as empresas fazem é importante fator reputacional. Empresas que não
se comportam bem podem causar prejuízo e os responsáveis pelo lucro devem estar
atentos a isso. O melhor seria que toda a humanidade tivesse noção do perigo
que corre e atuasse no sentido de exigir compostura dos governos e educação
ambiental de qualidade, pois o que falta mesmo é compromisso de todos para com
a natureza.
Algo que a ninguém é proibido fazer,
é cuidar de um consumo responsável. O excessivo descarte de resíduos sólidos
causa danos ao ambiente e evidencia a falta de educação do povo, que não sabe
descartar com os cuidados requeridos e faz com que os orçamentos sejam gastos
com varrição e coleta de lixo, algo que já não existe em países civilizados.
Pensar sempre em cuidar do ambiente,
de atenuar a desigualdade iníqua existente entre pessoas que têm muito e
pessoas que não têm nada e organizar a própria vida, assim como fiscalizar o
governo, é dever cívico de patriotas que pensam no futuro de seus descendentes.
*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo.
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